A hipótese não estaria na mente de muitos analistas, mas as negociações de António Costa permitiram ao PS formar Governo, apesar de ter tido menos votos do que a coligação PSD/CDS. Fez ontem seis meses que a nova maioria parlamentar se tornou efetiva e António Costa aproveitou para mandar ‘recados’ à Direita.
De manhã, a agência Lusa dava conta de uma publicação no Instagram por parte de António Costa: "Têm sido 6 meses a cumprir o nosso compromisso com os cidadãos, com a maioria parlamentar, com a União Europeia". A acompanhar, um slideshow com imagens do Executivo neste meio ano.
O Conselho de Ministros extraordinário para assinalar os seis meses do Governo começou atrasado e sem três dos ministros.
O atraso foi culpa do voo de Veneza que trazia António Costa. Mas antes da reunião marcada para a mesma sala do Palácio da Ajuda, onde a 26 de novembro de 2015 os ministros tomaram posse, havia ‘fotografia em família’.
De calças de ganga e camisola, o primeiro-ministro contou com a companhia dos colegas de Governo, com a particularidade de os homens estarem sem gravata, algo ainda pouco comum na política portuguesa. Afinal de contas, o dia era de feriado e de reunião informal.
O final da reunião trouxe o regresso da política ‘pura e dura’. António Costa realçou a sua “grande satisfação por verificar que todas as previsões de catástrofe que se anunciaram para a semana seguinte foram fracassando".
Mas deixou um recado a PSD e CDS: "Uma oposição cujo sucesso depende do fracasso alheio não é uma oposição que mereça grande apreço", afirmou.
Esta sexta-feira talvez haja respostas. António Costa estará no debate quinzenal no Parlamento. A execução do Programa Nacional de Reformas é o tema escolhido mas é natural que os seis meses de maioria parlamentar, apelidada à Direita por 'geringonça', sejam referidos durante o debate.
