Cavaco continua a ter "dificuldade" em entender a autonomia regional

O vice-presidente do PS/Açores declarou hoje que as declarações do Presidente da República sobre a figura do representante da República revelam a "dificuldade" que Cavaco Silva sempre manifestou em entender as autonomias regionais.

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Lusa
25/02/2016 19:31 ‧ 25/02/2016 por Lusa

Política

PS Açores

"As afirmações do ainda Presidente da República não surpreendem o PS/Açores, mas não deixam, no entanto, de ser reveladoras da dificuldade de compreender as autonomias que Cavaco Silva sempre demonstrou ao longo do seu percurso político e até particularmente nas atuais funções", declarou André Bradford à agência Lusa.

O Presidente da República homenageou hoje os representantes da República para as regiões autónomas, sublinhando que a extinção deste cargo só pode ser defendido por desconhecimento das suas funções e competências, porque tal seria "extremamente gravoso".

"Só o desconhecimento do papel e das competências dos representantes da República para as regiões autónomas pode levar alguém a defender a extinção deste cargo constitucional", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, antes de condecorar o representante da República para a Região Autónoma da Madeira, Ireneu Cabral Barreto.

André Bradford considerou que uma autonomia "madura, forte e responsável acrescenta ao todo nacional e não prejudica o país, considerando que é importante, sim, prosseguir, nos Açores, o "importante trabalho de reflexão que tem sido liderado pelo PS/Açores", visando a reforma do sistema autonómico.

O líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, reiterou em janeiro o convite aos partidos políticos no arquipélago para uma tentativa de "consensualização" em torno da reforma da autonomia.

Numa carta enviada aos partidos, o líder socialista regional defendeu a necessidade de se fazer "um esforço" no sentido de se criar um "consenso sobre os contornos, objetivos e extensão da reforma" do "sistema de autogoverno" dos Açores.

O dirigente socialista açoriano espera que o próximo Presidente da República possa "demonstrar uma outra sensibilidade e entendimento" para o que considera as legítimas aspirações das regiões autónomas.

Ainda no âmbito das suas declarações, Cavaco Silva disse não ter a "mínima dúvida" de que a extinção do cargo "seria extremamente gravosa para as regiões, para o Governo da República e para o Estado unitário que é Portugal".

"Esta cerimónia tem por objetivo distinguir a pessoa do conselheiro Ireneu Cabral Barreto, mas ao mesmo tempo visa homenagear os representantes da República para as regiões autónomas", notou Cavaco Silva, referindo-se ao representante da República para a Madeira com um "prestigiado jurista que dedicou décadas à causa pública e que afirmou o seu prestígio para além das fronteiras nacionais como juiz do Tribunal dos Direitos Humanos".

O Presidente da República fez ainda referência aos "altos serviços prestados ao país" pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino, já anteriormente condecorado.

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