José Pacheco Pereira concedeu uma entrevista ao jornal Público na qual abordou o tema do seu mais recente livro sobre o líder histórico do Partido Comunista.
Na ótica do historiador, o “PCP tem dificuldade hoje em sair de um jargão em que ele mesmo marca limites a si próprio, por exemplo, a expressão ‘Pacto de Agressão’”.
“Como é que uma organização política no sistema mediático moderno acha que consegue fazer uma discussão usando uma terminologia fechada?”, questiona, garantindo que esta dificuldade é um “fator de limitação”.
Nesta senda, Pacheco Pereira sublinha que o PCP tem “à sua frente dilemas muito consideráveis e esses dilemas criam diferenças etárias”.
“Há uma parte da nova geração do PCP que é mais ortodoxa do que a mais velha, que mantém ainda a tradição cunhalista do pragmatismo”, aponta.
Assim, o escritor considera que o Partido Comunista Português de hoje continua, “do ponto de vista identitário”, a ser um partido leninista, mas “do ponto de vista político adapta-se bastante bem às regras, há um pragmatismo”.