"Este romance entre PS, PCP e BE é mais parecido com um romance repentino que nasce nas redes sociais, um romance de facebook", declarou o parlamentar social-democrata madeirense numa intervenção no plenário da Assembleia Legislativa deste arquipélago.
Guido Gonçalves argumentou que neste tipo de romances, "no primeiro encontro começam-se a encontrar as diferenças" que separam os intervenientes, afirmando: "Temo que este casamento dure pouco e que traga consequências graves para o país e cá estaremos para ver o que conseguem os salvadores da Pátria".
Na sua opinião, os portugueses assistiram terça-feira, na Assembleia da República, "à adulteração dos resultados eleitorais do dia 04 de outubro e da vontade do povo português" e à "total descredibilização política do PS".
Para o deputado do PSD-M, "o momento político que o país atravessa, leva a pensar que chegamos ao tempo do vale tudo" para o PS chegar ao poder e António Costa a primeiro-ministro.
"É difícil encontrar palavras para descrever a atitude arrogante do líder socialista", sustentou, acrescentando que "esta farsa de acordo de esquerda não passa de uma estratégia ilegítima e incoerente, sedenta de poder" que, não sendo possível de forma democrática, surgiu de um "arranjinho radicalista".
Guido Gonçalves referiu que apenas a vontade de derrubar o Governo uniu o PS, o PCP e o BE, mas, perspetivou que "aqueles que hoje são o suporte e os cabecilhas desta coligação de esquerda, são os mesmos que amanhã irão derrubar António Costa do poder".
O deputado do PSD-M ainda apontou que o acordo celebrado entre estes partidos "não passou de uma trapalhada", porque não contempla a questão das moções de censura, nem dos orçamentos de governo, vincando que "aquilo que hoje é uma união hipócrita, amanhã poderá ser uma desunião".
Respondendo, Avelino Conceição (PS) ironizou, dizendo que as pessoas "não têm de interferir no casamento de ninguém", afirmando que o PSD deveria "estar satisfeito, porque sempre que a esquerda está a mandar [no país], a Madeira fica melhor" e o primeiro-ministro demissionário, Pedro Passos Coelho, foi aquele "que mais mal fez à região".
Por seu turno, o deputado do BE-M Roberto Almada considerou que com a queda do Governo PSD/CDS, "o arco da governação foi substituído pelo arco da Constituição".
Também Carlos Costa do Juntos Pelo Povo (JPP) opinou que com o acordo entre o PS, BE e PCP na República, tudo indica que "entre em cena a terceira 'troika'" em Portugal.