Discurso de Cavaco está "no limite do Constitucional, no limite legal"
O social-democrata Pacheco Pereira não concorda com o discurso que Cavaco teve após a indigitação do novo primeiro-ministro.
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Política Pacheco Pereira
Pacheco Pereira acredita que a decisão de Cavaco Silva em indigitar Passos Coelho foi “absolutamente normal”. Contudo, acredita que as declarações que se seguiram durante a intervenção foram “muito preocupantes”.
As palavras em causa estão “no limite do Constitucional e, portanto, no limite do legal”, explicou em entrevista à Renascença. “O que o Presidente da República fez foi dizer que uma parte importante dos portugueses não pode ter acesso ao poder político”, acrescentou.
Na opinião do social-democrata, esta atitude levou a uma “enorme indignação” entre os países de Esquerda, o que tornará “mais fácil qualquer entendimento”. Tratou-se de “um efeito contraproducente”. “Ele fez uma declaração de guerra a dois milhões e 700 mil portugueses que não votaram na coligação. Pior ainda: apesar de não o dizer com clareza, sugeriu que era impossível dar posse a um governo de Esquerda”, afirmou Pacheco Pereira.
Questionado sobre as consequências do discurso do Presidente, o comentador frisou que esta declaração “significa que tudo aquilo que corra mal na economia portuguesa devido à instabilidade passou a ser responsabilidade do Presidente da República e de Passos Coelho, caso ele aceite esta posição”.
Para além de uma junção ainda maior da Esquerda, depois do discurso “o PS anunciou a apresentação de uma moção, coisa que nunca tinha feito até então”, explicou Pacheco Pereira, salvaguardando não ter “dúvida nenhum” que as negociações à Esquerda estão agora melhores.
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