Em entrevista ao Diário de Notícias, Silva Peneda, que está de saída do Conselho Económico e Social (CES), considera que “quando comparamos os sacrifícios pedidos aos portugueses com os resultados alcançados há uma desproporção muito grande”.
Para Silva Peneda, a austeridade “cavou as desigualdades sociais” e levou a “situações de pobreza muito complicadas”. O problema, realça, “é saber se essa austeridade valeu a pena”.
Ao Diário de Notícias, o presidente do CES considera ainda que o programa da troika “criou uma obsessão exageradíssima, em relação à necessidade de corrigir o défice”.
Numa altura em que se prepara para integrar a equipa de Juncker na Comissão Europeia, Silva Peneda alerta ainda para a “clivagem” que se verifica atualmente na zona euro, entre Norte e Sul da Europa, acrescentando que a Europa “tem de ajudar através de algumas reformas”.
Entre essas reformas possíveis, considera, há questões como uma eventual mutualização da dívida e um orçamento da zona euro, que deveriam merecer um debate mais amplo no seio da sociedade portuguesa.