"Vou lançar, sendo presidente da câmara, um desafio ao Governo de Portugal, para que possamos, em conjunto, lançar um plano especial de reforço da segurança para a cidade do Porto. E quero mesmo que o Porto seja uma cidade-piloto na eficácia do combate à insegurança", declarou.
O ex-ministro social-democrata falava no sétimo piso do Palácio dos Correios, ao lado da Câmara do Porto, num discurso que antecedeu o do primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro.
O candidato quer "mais meios, mais polícias, mais tecnologia, mais videovigilância", mas sobretudo "uma nova atitude face ao problema da insegurança".
"Vamos mudar essa atitude, olhando para o problema da droga, considerando intolerável e sendo implacáveis com o consumo de droga na via pública. (...) Vamos criar uma proposta, Porto Feliz 2.0, para encontrar uma resposta, dando o tratamento necessário, criando condições para se reintegrarem, mas ao mesmo tempo uma política repressiva para não permitir que a nossa cidade esteja populada por pessoas que manifestamente dormem na rua", afirmou.
Para Pedro Duarte, esta situação é "negativa para a dignidade" dessas pessoas e "muito mau para uma cidade que se quer segura".
Por outro lado, quer manter a implacabilidade que defende para a política nesta matéria também "na fiscalização de situações" de sobrelotação de casas, com a criação "de equipas de fiscalização" que sinalizem estas ocorrências.
"O mesmo se pode dizer pela quantidade avassaladora de lojas de 'souvenir' na cidade. Não prejudicam só o comércio local. Muitas delas, sabemos, são lojas de fachada", atirou.
Num discurso em que se referiu também à questão da habitação e no rigor das contas do município, deixou muitas críticas ao PS e ao seu candidato, Manuel Pizarro, por considerar que o Porto tem "10 candidatos a vereador" e só dois a presidente de câmara, mas com visões contrastantes para a autarquia.
"O PS desvaloriza o problema da insegurança na cidade. Para a droga, o candidato diz que criou um organismo em Lisboa para resolver o problema da droga. Todos os dias sentimos o resultado dessa governação socialista na Saúde", área em que Pizarro foi ministro, criticou.
Segundo Pedro Duarte, os socialistas "propõem a GNR a cavalo nos bairros sociais". "Já imaginamos o GNR a galope atrás dos traficantes. É esta a proposta socialista", denunciou.
À chegada, Luís Montenegro disse que a candidatura "social-democrata, cristã, e liberal" responde a "desafios ao nível da segurança, da habitação, de uma imigração regulada".
"É uma das reivindicações que mais ouço nas ruas do Porto, um pedido que nos vem mesmo dos próprios imigrantes, que estão aqui integrados no mercado de trabalho e querem que haja regras para todos terem tratamento digno", afirmou.
O governante notou ainda convergências com Pedro Duarte na matéria da segurança, tendo deixado rasgados elogios a um "amigo" desde os tempos da faculdade que convidou para o Governo anterior, e ambos trocaram elogios.
Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.
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