A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, que encontra-se num dos barcos da flotilha humanitária que tem como destino Gaza, afirmou que "o primeiro obstáculo" da viagem foi ultrapassado, "que é a sabotagem burocrática da missão".
"Saímos de Barcelona e estamos a entrar no segundo dia de viagem para atravessar o mediterrâneo. Ultrapassamos o primeiro obstáculo, que é a sabotagem burocrática da missão. Assim continuaremos, até Gaza", escreveu, esta terça-feira, na rede social X (antigo Twitter).
Cerca de uma hora depois, na mesma rede social, Mariana Mortágua denunciou a presença de drones "perto dos barcos da flotilha".
"Há drones a circular perto dos barcos da flotilha que estão a poucas milhas náuticas de Menorca. São navios humanitários. Porque nos vigiam?", questionou.
Saímos de Barcelona e estamos a entrar no segundo dia de viagem para atravessar o mediterrâneo. Ultrapassamos o primeiro obstáculo, que é a sabotagem burocrática da missão. Assim continuaremos, até Gaza.
— mariana mortágua (@MRMortagua) September 2, 2025
Há drones a circular perto dos barcos da flotilha que estão a umas poucas milhas náuticas de Menorca. São navios humanitários. Porque nos vigiam?
— mariana mortágua (@MRMortagua) September 2, 2025
Recorde-se que Mariana Mortágua está a bordo de um dos 50 barcos com ajuda humanitária, que contam com centenas de pessoas, entre elas ativistas e figuras públicas oriundas de 44 países. A frota humanitária com destino a Gaza tem como nome 'Global Sumud Flotilla'.
A organização descreve esta missão como a "maior missão de solidariedade da história".
Três portugueses integram a 'Global Sumud Flotilla': além da deputada Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício. Está também confirmada a presença de nomes conhecidos mundialmente, como o da ativista sueca Greta Thunberg, da atriz norte-americana Susan Sarandon ou do ator irlandês Liam Cunningham.
A Global Sumud Flotilha é uma iniciativa de diversas organizações não-governamentais (ONG), entre elas, a Flotilha da Liberdade, a Flotilha Sumud do Magrebe, o comboio Sumud Nusantara e do Movimento Global Para Gaza, bem como de outras organizações internacionais.
Barco zarpou, mas teve de regressar a Barcelona
A 'Global Sumud Flotilla', composta por várias embarcações, carregadas com ajuda humanitária, alimentos e medicamentos, zarpou por volta das 16h00 (horas locais) de Barcelona no domingo, mas teve de regressar a Espanha apenas algumas horas depois devido ao mau tempo.
Entretanto, voltou a partir na segunda-feira com destino a Gaza.
Governo descarta responsabilidades de proteção de portugueses
O Governo defendeu que não tem qualquer obrigação ao abrigo do direito internacional de acompanhar e proteger a flotilha em direção a Gaza com a deputada Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício. Por sua vez, Espanha assegura proteção diplomática à flotilha.
"A participação na 'Global Sumud Flotilha' consubstancia uma iniciativa autónoma da sociedade civil, que não tem qualquer vínculo ou vinculação ao Estado português", disse o órgão tutelado por Paulo Rangel, numa resposta ao jornal Observador sobre a missão.
O ministério recordou ainda que, "à luz do direito internacional, não existe uma responsabilidade jurídica por parte do Estado português de proteção do navio ou dos seus tripulantes".
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