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Na flotilha, Mortágua atira: "Cobardia do Governo é inarrável". As fotos

Mariana Mortágua criticou o Governo português, que continua a recusar apoiar a flotilha em direção a Gaza. Os primeiros barcos saíram este domingo de Barcelona. Veja as imagens na fotogaleria abaixo.

Na flotilha, Mortágua atira: "Cobardia do Governo é inarrável". As fotos
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© REUTERS/Eva Manez

Notícias ao Minuto com Lusa
31/08/2025 14:53 ‧ há 1 dia por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Gaza

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, acusou, este domingo, o Governo português de "cobardia" por recusar apoiar a flotilha em direção a Gaza, integrada não só pela líder bloquista, mas também pelo ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício. 

 

"Acho que todos os portugueses se devem sentir frustrados, tristes", começou por dizer Mariana Mortágua, em declarações à SIC Notícias, desde Barcelona. "A cobardia do Governo português, quando comparada com o governo espanhol, com outros governos europeus, com outros governos latino-americanos, é inarrável", apontou.

A líder bloquista lamentou o facto de o Executivo "não ter a coragem de tomar uma posição" e reiterou: "É de uma cobardia que não esperávamos"

No dia em que saíram os primeiros 30 barcos de Barcelona, Mariana Mortágua fala numa "esperança imensa" e a "certeza" de que será quebrado o bloqueio israelita a Gaza.

Pode ver algumas imagens na fotogaleria acima.

Recorde-se que, ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, defendeu que o Estado que não tem qualquer obrigação ao abrigo do direito internacional de acompanhar e proteger a flotilha que vai tentar levar apoio humanitário à Faixa de Gaza e romper o cerco israelita que bloqueia a entrada de qualquer assistência ao enclave palestiniano. E atirou: "É algo que me parece inusitado", disse à Lusa. 

Enquanto decorria uma reunião ministerial informal, no âmbito da presidência dinamarquesa do Conselho da União Europeia, em Copenhaga, Paulo Rangel explicou que a iniciativa é da sociedade civil e que "o Estado português não organizou esta missão, o Estado português não está vinculado a esta missão".

"Não vamos agora pôr a frota da Armada Portuguesa a acompanhar esta flotilha ou a desencadear uma guerra contra Israel, não sei bem o que é que se pretende", completou o governante, recordando que a imunidade parlamentar da coordenadora do Bloco de Esquerda não dá a Mariana Mortágua imunidade diplomática.

"A iniciativa com certeza que é louvável, os próprios [integrantes] disseram que tem uma natureza simbólica e isso é compreensível, a situação da catástrofe humanitária em Gaza é realmente terrível e eu compreendo que cada um, à sua maneira, entenda usar os meios que deve, mas é uma iniciativa da sociedade civil", comentou.

"Outra coisa diferente, mas isso é devido a qualquer cidadão português, não há aqui nenhuma excecionalidade, nem sequer pela questão de ser deputado ou deputada [...], evidentemente que o Estado português usa da proteção consular, havendo algum problema", acrescentou, assegurando que está garantida para os três portugueses que tentaram penetrar o bloqueio israelita a Gaza.

Aqui mesmo ao lado, o governo espanhol viria a assegurar que vai dar proteção diplomática à flotilha, tal como aconteceu no passado. "Noutras ocasiões, com outras flotilhas, é claro que estivemos em contacto com as autoridades e os seus membros, e implementámos toda a proteção diplomática e consular. Desta vez será o mesmo", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, em declarações à Rac1, segundo cita o El Mundo. 

Parte flotilha para Gaza. Rangel recusa proteção (que Espanha garante)

Parte flotilha para Gaza. Rangel recusa proteção (que Espanha garante)

O Governo defende que não tem qualquer obrigação ao abrigo do direito internacional de acompanhar e proteger a flotilha em direção a Gaza com a deputada Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício. Por sua vez, Espanha assegura proteção diplomática à flotilha.

Notícias ao Minuto com Lusa | 08:09 - 31/08/2025

De notar que a frota humanitária com destino a Gaza, com o nome Global Sumud Flotilla, vai integrar cerca de 50 barcos com ajuda humanitária e centenas de pessoas a bordo, entre elas, ativistas e figuras públicas oriundas de 44 países. Esta é descrita, pela organização, como a "maior missão de solidariedade da história".

Ao barcos que hoje deixaram Barcelona, unir-se-ão outros, em 04 de setembro, em Tunes, oriundos de diversos portos do Mediterrâneo. A organização prevê que a viagem até Gaza leve perto de duas semanas.

Três portugueses vão integrar a Global Sumud Flotilla: a deputada Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício. Está também confirmada a presença de nomes conhecidos mundialmente, como o da ativista sueca Greta Thunberg, da atriz norte-americana Susan Sarandon ou do ator irlandês Liam Cunningham.

A Global Sumud Flotilha é uma iniciativa de diversas organizações não-governamentais (ONG), entre elas, a Flotilha da Liberdade, a Flotilha Sumud do Magrebe, o comboio Sumud Nusantara e do Movimento Global Para Gaza, bem como de outras organizações internacionais.

Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do grupo islamista Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.

De acordo com dados divulgados pelas autoridades do enclave palestiniano, a ofensiva lançada por Israel em Gaza já fez mais de 63 mil mortos.

Em 22 de agosto, a ONU declarou oficialmente a fome na cidade de Gaza, depois de os especialistas terem alertado que 500.000 pessoas se encontram numa situação catastrófica.

Leia Também: Parte flotilha para Gaza. Rangel recusa proteção (que Espanha garante)

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