PCP diz que adesão de Portugal à UE "são 40 anos de ilusão, de mentira"

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou hoje os discursos políticos sobre os 40 anos da adesão de Portugal à União Europeia (UE), considerando que são quatro décadas de "ilusão e mentira" e de "perda de soberania".

Paulo Raimundo - secretário-geral do PCP - Partido Comunista Português - Photo by Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

© Getty Images

Lusa
12/06/2025 19:24 ‧ ontem por Lusa

Política

PCP

"São 40 anos de ilusão, de mentira, 40 anos a transformar este país num 'resort' turístico e numa escola profissional que está a formar e bem médicos, enfermeiros, engenheiros, eletricistas, canalizadores, a formar esta gente toda, para os exportar para outros países poderem cá vir buscar mão-de-obra altamente qualificada, para fazer crescer a economia noutros países", lamentou.

 

Paulo Raimundo, que falava aos jornalistas em Avis, distrito de Portalegre, à margem da apresentação do candidato daquela coligação ao município nas eleições autárquicas deste ano, lamentou que nos discursos proferidos para assinalar os 40 anos da adesão à UE, "nem sequer uma palavra" foi proferida sobre as promessas que foram feitas na altura e que não foram cumpridas ao longo dos anos.

O líder comunista referia-se às promessas feitas há 40 anos de que os salários dos portugueses seriam iguais aos dos outros países europeus, acrescentando, de seguida, que a adesão à UE também "destrui" o tecido produtivo nacional, frota pesqueira, a agricultura e os serviços públicos.

"Os discursos foram todos muito bonitos, foram todos de grande esplendor, mas completamente fora da realidade do nosso país, num quadro de uma UE onde hoje, e sobre isto também não houve uma única palavra, onde hoje estamos perante um profundo cinismo e hipocrisia de um conjunto de estados que não consegue uma única ação, desde logo e em particular, ao genocídio que está em curso na Palestina", disse.

"É inacreditável o grau de hipocrisia e de cinismo da própria UE", acrescentou.

Recordando ainda os problemas que o país vive em áreas, como a saúde, educação e habitação, Paulo Raimundo disse que "poderíamos ter feito mais" ao longo de 40 anos, lamentando de seguida que o país tenha perdido a sua soberania ao longo dos anos.

"O país perdeu soberania para definir o seu próprio caminho, perdeu soberania para investir onde entende que era necessário investir, foram-se os dedos, foram-se os anéis", lamentou.

O dirigente comunista apresentou hoje como candidato da CDU à Câmara de Avis Manuel Coelho, de 57 anos, que foi presidente daquele município entre 2013 e 2021.

A Câmara de Avis é considerada um "bastião comunista" no distrito de Portalegre porque, desde 1976, quando se realizaram as primeiras eleições autárquicas depois do 25 de Abril, tem sido sempre governada pelo PCP ou por coligações encabeçadas por este partido.

O município é, atualmente, liderado pelo comunista Nuno Silva, que está a cumprir o terceiro e último mandato.

Além da CDU, já foi também anunciada a candidatura do gestor de logística e exportação Ricardo Pereiro, de 42 anos, pelo movimento Grupo de Cidadãos por Avis (GCA).

O atual executivo municipal é constituído por três eleitos da CDU, um do PS e um do GCA.

As eleições autárquicas deste ano devem realizar-se entre os meses de setembro e outubro.

Leia Também: Agressão a ator? Governo "vai ter de retificar" RASI

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas