Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Mário Amorim Lopes, que tem sido apontado como um dos possíveis candidatos à sucessão de Rui Rocha na liderança da IL, disse que hoje o dia é para falar nos problemas do país e não na vida interna do partido, apesar de salientar que há "excelentes opções" para a presidência.
Apesar de não querer comentar qualquer eventual candidatura, o deputado, que integra igualmente a direção de Rui Rocha, considerou que o processo para a escolha do novo líder "tem de ser expedido", para o partido poder estar focado nas autárquicas, "que vai ser também um momento muito importante".
"Temos de estar em contacto com a população, escutar a população, escutar os seus anseios e sermos capazes de estar à altura de responder a esses anseios. Temos mesmo de recuperar esta confiança, esta esperança, devolver a esperança aos portugueses. Portugal pode ser um grande país", disse.
Ao lado do ex-líder da IL Carlos Guimarães Pinto, antes de ambos irem para o acolhimento dos deputados na XVII Legislatura, Mário Amorim Lopes foi procurando abordar os problemas do país, salientando que o que sobressai dos resultados das eleições legislativas é que "as pessoas estão angustiadas e com razão".
"Veem um Portugal que não cresce, um país que não está a acompanhar as expectativas legítimas que têm e, portanto, nós temos uma grande missão, que é recuperar a confiança", disse.
Sobre o facto de a deputada Mariana Leitão ter sido reconduzida como líder parlamentar da IL, Mário Amorim Lopes disse que a deputada fez um "excelente trabalho" nesse cargo na última legislatura e recusou que isso a possa descartar como potencial candidata à liderança do partido.
"A Mariana tem muita energia e, portanto, isso não será de todo um problema. Muita gente tem essa energia, a Mariana também tem", referiu e, questionado se ele próprio tem essa energia, voltou a dizer que não tenciona falar sobre a vida interna do partido.
Por sua vez, Carlos Guimarães Pinto, também em declarações aos jornalistas, disse que o importante hoje é falar sobre o país e não sobre a IL, recusando que a demissão de Rui Rocha possa ter qualquer impacto na atividade parlamentar do partido.
"Já temos as prioridades definidas para o mandato, vamos ter bastantes propostas legislativas nos próximos tempos, de acordo com as nossas prioridades e com o que temos no nosso programa. Nós temos uma responsabilidade perante os nossos eleitores, que é cumprir o que dissemos em campanha", frisou.
Questionado se ele próprio tenciona candidatar-se à liderança, Carlos Guimarães Pinto disse não querer falar sobre esse assunto, mas frisou que "qualquer membro do partido pode ser candidato à liderança".
Sobre se considera que Mário Amorim Lopes tem qualidades para ser líder, Guimarães Pinto disse que a IL "tem a felicidade de ter imensas pessoas com características para poderem ser líderes" e, questionado se ser deputado seria uma vantagem para um potencial candidato à liderança, reconheceu que sim.
"Será sempre uma vantagem estar no parlamento, porque isso traz uma outra capacidade de escrutínio, de exposição mediática. Não é uma necessidade absoluta, certamente", frisou.
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