"O PAN já deixou claro que não desiste dos portugueses e que não desiste que a agenda do próximo Governo seja uma agenda distinta daquela que tem sido até aqui. E para nós precisamos de ter um compromisso muito claro com as preocupações que o PAN tem tido", afirmou Inês de Sousa Real depois de ser questionada sobre a possibilidade de vir a apoiar e a viabilizar um Governo da AD com a Iniciativa Liberal.
Inês de Sousa Real falava aos jornalistas durante uma pequena caminhada da comitiva do PAN em contacto com a população na zona da Avenida de Roma, em Lisboa.
Sousa Real definiu que esse compromisso deve passar por mais medidas na proteção animal, com a descida do IVA na saúde veterinária e a implementação de um Plano Nacional de Esterilização, e na proteção de um ambiente, garantindo uma "transição [ecológica] justa".
A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza disse também que o partido insistirá em novas respostas às vítimas de violência doméstica, um crime que considera ser um "flagelo que tem que ter um ponto final em Portugal".
Também em matéria de habitação, o PAN quer exigir soluções para a crise que o país atravessa, apelando à AD e à IL que tenham uma visão diferente da de confiar exclusivamente no mercado livre.
"Aqui sabemos que quer a AD, quer a Iniciativa Liberal, têm uma visão apenas de mercado, de liberdade do mercado. Precisamos de ter uma visão diferente, a visão que o PAN tem trazido para a política em matéria de habitação, com um plano nacional que dê resposta, quer no arrendamento acessível, no alojamento estudantil e ainda com quem sonha em ter casa própria", explicou.
Questionada sobre a notícia desta sexta-feira do Expresso, que dá conta de que o Presidente da República está disposto a adiar nomeação do novo primeiro-ministro, Sousa Real afirmou que para o PAN "é fundamental que o país, após o 18 de maio, tenha estabilidade" e que se "possa encontrar um programa de Governo" que corresponda às necessidades do país.
"Aquilo que não pode acontecer é, até de alguma forma precipitada, em função daquilo que possa ser o resultado eleitoral, termos partidos antidemocráticos, como é o caso do Chega, a tentar chegar ao poder e até mesmo a tentar condicionar a agenda de um futuro governo", alertou.
A líder do PAN pediu, por isso, que o diálogo se "faça dentro do espetro democrático" e inclua, não só os grandes partidos, mas também "partidos como o PAN".
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