Assumindo estar "com muito pedalada" nesta campanha eleitoral, o porta-voz do Livre, integrado num pelotão de mais de 20 pessoas, referiu que o partido pedala e avança com destino a um país que pretende mais justo, democrático, equilibrado e com uma governação íntegra.
A "equipa Livre" saiu da Alameda Afonso Henriques e foi até ao Terreiro do Paço, em Lisboa, acenando a bandeira dos direitos, da liberdade e da estabilidade e, questionada sobre qual o percurso a seguir, a resposta foi imediata: "Seguir em direção a uma alternativa de governação".
"É importante as pessoas saberem qual é o nosso destino para não se perderem", brincou Rui Tavares.
"Pelo caminho passamos por um cartaz da IL em que há uma bicicleta estática e na qual se pedala, se acelera muita, mas não se sai do lugar", criticou o dirigente do Livre.
Rui Tavares, acompanhado da líder parlamentar Isabel Mendes Lopes, sublinhou que no Livre utilizam-se bicicletas reais e faz-se uma condução segura e sem incidentes.
"Mas, lá está, em política cada um pedala a sua bicicleta", afirmou Rui Tavares, referindo que a bicicleta que conduz é a da ecologia, qualidade de vida, meio ambiente, direitos das pessoas e liberdade.
Já outros, acrescentou, preferem andar com bicicletas com menos peso e ir largando, pelo caminho, os direitos das pessoas.
"Nós precisamos de que a eleição de domingo não deixe tudo na mesma", defendeu.
Antes de arrancar, e numa distribuição de panfletos no Saldanha, em Lisboa, onde chegou de bicicleta, Rui Tavares cruzou-se com o antigo ministro da Cultura Pedro Adão e Silva que, igualmente de bicicleta, seguia em direção à faculdade onde dá aulas.
Num encontro fortuito, Pedro Adão e Silva, que integrou o governo socialista de António Costa, considerou que um dos grandes equívocos desta campanha é a ideia de que o que importa é quem chega primeiro à meta.
"Mas, o que importa mesmo é a capacidade de formar uma maioria estável, é isso que está em jogo", entendeu o antigo governante, que mereceu a anuência de Rui Tavares.
Aproveitando a ideia, o porta-voz do Livre frisou que essa é a grande questão do dia a seguir às eleições, ou seja, quem consegue dar estabilidade ao país e quebrar os últimos miniciclos e microciclos governativos.
Antes de continuar viagem, Pedro Adão e Silva aproveitou ainda para elogiar o Livre por ter contrariado o "deserto cultural" nesta campanha eleitoral e ter falado de cultura.
Além de ouvir o ex-ministro, Rui Tavares também esteve à conversa com um membro do movimento pela justiça climática -- climáximo -- que pediu mais atenção ao ambiente e criticou a construção do novo aeroporto.
Conversas sobre cenários pós-eleitorais e clima à parte, o pelotão do Livre continuou a pedalar, mas não para o abismo, concluiu Rui Tavares.
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