"O que vai decidir para que lado vai o diálogo são os votos no BE"

A coordenadora nacional do BE afirmou hoje que o que vai decidir "para que lado vai o diálogo" após as eleições legislativas "são os votos no seu partido, e que se o país souber "de que lado está, não há surpresas".

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Lusa
09/05/2025 19:41 ‧ ontem por Lusa

Política

Legislativas

"O que vai decidir para que lado vai o diálogo são os votos no BE, é se há ou não a eleição de deputados do BE. Nós já percebemos que não há maioria absoluta, que é preciso entendimentos entre partidos, e as pessoas podem escolher votando no partido, nas propostas, com o seu coração, com a sua vontade, podem escolher o que é que querem no dia a seguir às eleições", argumentou Mariana Mortágua.

 

A líder do BE falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa de campanha em Guimarães, distrito de Braga, círculo encabeçado nestas legislativas antecipadas pelo fundador e antigo deputado, Francisco Louçã.

Questionada sobre as declarações do Presidente da República que, na quinta-feira, afirmou que quer nomear um Governo com a certeza de que o respetivo programa será viabilizado no parlamento, Mortágua defendeu que as palavras de Marcelo são a prova do que o que está em causa nestas eleições não é quem tem mais um voto, não é quem chega à frente", considerando que "não vai haver uma maioria absoluta".

"O que diz o Presidente da República é que o voto útil não faz qualquer sentido. Voto útil é votar nas propostas que queremos ver na Assembleia da República no dia a seguir às eleições. O que o Presidente diz é isso: não importa quem chega à frente, o mais importante é ter deputados que possam aprovar e apresentar as propostas para governar o país. E isto é estabilidade, isto é governabilidade", argumentou.

A dirigente foi ainda interrogada sobre as palavras do líder do PSD que dramatizou hoje o apelo à mobilização de todos que querem estabilidade para que não aconteça como há dez anos e alguns eleitores "acordem com um Governo diferente daquele que queriam", numa referência à solução parlamentar da 'geringonça', da qual o BE fez parte.

"Acho que toda a gente recorda bem que foi esse governo e o resultado do BE nessa altura que permitiu recuperar o seu salário e pensão. Os pensionistas têm feito questão de recordar isso a Luís Montenegro ao longo desta campanha, que se lembram de quem lhes cortou a pensão e também se lembram de quem lutou por ela. Nessa altura o PS queria congelar, o PSD queria cortar e foi a eleição de deputados do BE que conseguiu impedir isso", recordou.

O BE quer "mostrar ao país que se pode governar melhor" e, para isso, basta saber de que lado se está.

"Basta saber que estamos do lado de quem não consegue uma casa, de quem tem dificuldade a chegar ao fim do mês, das pessoas que têm pensões tão baixas e tem tanta dificuldade para viver. E se soubermos de que lado estamos, não há surpresas", rematou.

Sobre o facto de Pedro Nuno Santos ter garantido hoje que o Presidente da República pode ficar descansado, uma vez que um Governo liderado pelo PS será de diálogo e de estabilidade, manifestando abertura para um "diálogo entre todas as forças políticas", Mortágua também deixou um recado.

"Se houver votos no BE e deputados do BE, Pedro Nuno Santos não vai reunir com o PSD", prognosticou.

Durante cerca de quarenta minutos, Mariana Mortágua, e o antigo coordenador, Francisco Louçã, ambos economistas e professores, deram uma espécie de aula aos presentes no Centro Internacional das Artes José de Guimarães a explicar o porquê de considerarem justo e necessário um imposto progressivo aplicado a fortunas a partir dos três milhões de euros.

Numa proposta que é "igualzinha, igualzinha, igualzinha" à de Espanha, o BE quer aplicar uma taxa de 1,7% a partir dos três milhões de euros de património líquido e até aos cinco milhões de euros de património líquido; 2,1% entre os cinco milhões de euros e os 10 milhões de euros; e de 3,5% acima dos 10 milhões de euros de património líquido.

Coube a Louçã responder, de forma irónica, aos argumentos por vezes levantados à direita que fomentam o "pânico da fuga" do país destes milionários, levando consigo a sua riqueza.

"Para um supermilionário o porto onde atraca o seu superiate não faz muita diferença, eles podem viajar. Mas olhem para as fortunas portuguesas: supermercados, rendas sobre autoestradas, contratos públicos, como é que fogem? Alguém é capaz de pôr uma autoestrada no bolso e levá-la para outro país? E um supermercado? E o poder junto do Governo? Não há nenhuma hipótese de fugirem, nenhuma", argumentou.

[Notícia atualizada às 20h26]

Leia Também: Palavras de Marcelo sobre governabilidade agitaram 6.º dia de campanha

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