Em declarações à Lusa à margem de uma ação de campanha no Mercado do Bom Sucesso, o líder do PLS afirmou, quando questionado sobre esse cenário, que o partido que fundou "há 50 dias não quer protestar, mas sim governar".
José Cardoso, salientou, no entanto, não "querer governar a qualquer preço" porque "não faz sentido esse tipo de solução", explicando que, se esse momento chegar, irá perguntar ao PSD qual das "12 mudanças paradigmáticas" do PLS está "disposto a implementar".
"Se houver disposição para implementar alguma destas com determinação e com alma, é nosso dever nos chegarmos à frente e mostrar que estamos cá para ser uma solução", acrescentou o dirigente partidário.
Perante a insistência da Lusa sobre se aceitaria trabalhar com a IL, respondeu: "não temos nenhum problema com um partido que seja democrático e que queira trabalhar. O relevante é o que se concretiza".
Em janeiro de 2024, o antigo candidato à liderança da IL José Cardoso anunciou a sua desfiliação do partido, a quem acusou de desrespeitar os seus princípios e de ter considerado estar "montada uma fraude" para impedir alterações na Convenção estatutária de julho.
Sobre as propostas do novo partido, o candidato defende que "deve haver um `mix´ entre o turismo, que tem sido o trator da economia, e mais inovação, mais ciência", bem como que Portugal "deve deixar de vender o minério acabado de extrair" para passar a fazê-lo quando este estiver "refinado ou já transformado".
Outra proposta visa, segundo José Cardoso, melhorar a democracia, defendendo a introdução do voto eletrónico.
"A ideia de que o meu voto não conta, porque o método de Hondt deita fora muitos votos ou a ideia de que o meu voto não conta porque eu tenho de trocar não sei quantas mil cartas com os nossos emigrantes, ou eu agora estou no Algarve e não posso votar porque sou de Aveiro, são coisas que no século XXI não fazem sentido", argumentou o candidato.
Questionado pela Lusa se a ideia do PLS é experimentar essa opção nas próximas eleições autárquicas, aprazadas para o final de setembro ou início de outubro deste ano, entrando em vigor nas eleições presidenciais, em 2026, José Cardoso admitiu "poder não haver tempo" para a sua implementação neste prazo.
Após citar o exemplo do Brasil, assinalando que o voto eletrónico é opção naquele país desde 1995 e que Portugal está no século XXI e na Europa, o líder do PLS defendeu que esse dossiêr seja "encarado como uma necessidade".
"Há sempre algum receio dos 'hackers', de que pode haver fraudes, mas a verdade (...) é que voto eletrónico evita a fraude no local de voto, que também existe, e fala-se pouco dela", insistiu.
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