Na Figueira da Foz, Luís Montenegro, acompanhado da cabeça de lista da AD por Coimbra, a ministra da Justiça Rita Júdice, visitou com o presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes, uma obra de reabilitação de antigos edifícios militares, que estavam há décadas abandonados.
Aos jornalistas, o também primeiro-ministro defendeu a estratégia do Governo de incentivar o aumento da oferta, pública e privada, e assegurou que não considera que, neste setor, o mercado possa resolver tudo.
"Eu espero que até ao fim desta década nós tenhamos mais oferta para moderar a dificuldade de acesso à habitação e que possamos, eventualmente, num horizonte de 10 anos, corrigir todas as dificuldades que foram acumuladas ao longo do período", disse, recusando, contudo, fixar uma data concreta para o fim da crise na habitação.
Segundo Montenegro, "não é possível de um dia para o outro, de um ano para o outro, moderar os preços de forma muito acentuada".
"Isso não existe em sítio nenhum do mundo, quem quiser vender essa ilusão está a falar de uma coisa que não existe", avisou.
Mas como "as pessoas não podem estar à espera de 5, 10, 15 anos pelos efeitos" das políticas estruturais, Montenegro salientou que compete aos poderes públicos dar os apoios necessários nesta fase de transição, quer no arrendamento, quer na compra.
O líder da coligação PSD/CDS-PP destacou medidas que o seu executivo tomou, como as isenções fiscais para os jovens comprarem a primeira casa e recusou que estas tenham tido um efeito perverso no aumento dos preços.
"Podem-me dizer assim: não conseguiu inverter a tendência de crescimento, mas não foi por causa disso que os preços cresceram", disse.
Neste ponto, repetiu o objetivo de até 2029 existirem 59 mil novas casas disponíveis "a custos acessíveis por parte do Estado" e as negociações com o Banco Europeu de Investimentos para financiar estratégias locais de habitação dos municípios "que apontam para a construção de cerca de 136 mil novas casas públicas".
Sobre a obra hoje visitada, Pedro Santana Lopes explicou que o objetivo é que dê origem a 60 apartamentos com rendas "a custos acessíveis", sobretudo para jovens estudantes.
O antigo líder do PSD sublinhou que o processo burocrático foi difícil e implicou negociações entre os ministérios da Defesa e Habitação, salientando que também a anterior titular da pasta, a socialista Marina Gonçalves, teve um papel construtivo.
"E depois este Governo tem sido uma máquina na capacidade de resposta e pôr os assuntos a andar", elogiou.
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