"Temos um Governo que não só nos deixa uma economia a cair, como corta num dos fatores mais decisivos para que a economia portuguesa se transforme, que é o investimento na ciência", condenou, em declarações aos jornalistas, Pedro Nuno Santos durante uma arruada na Covilhã, distrito de Castelo Branco.
Para o líder do PS, "esta política de privilegiar apenas o financiamento dos centros de investigação com excelência cristalizará os centros de investigação com excelência e impedirá que os centros de investigação que já têm uma grande classificação, que é muito bom, possam ser excelentes".
"Sem investimento na ciência, sem investimento na investigação nós não vamos conseguir qualificar a nossa economia. Soubemos que o Governo cortou em 69% o financiamento dos centros de investigação qualificados com muito bom", criticou.
Uma carta aberta de um grupo de investigadores, enviada ao ministro Fernando Alexandre, alertava para os "cortes no financiamento-base" aos centros classificados com "Muito Bom" que poderão levar à dispensa de trabalhadores e a maior precariedade laboral.
Na carta, os subscritores alertam para o futuro próximo das "117 Unidades de Investigação e Desenvolvimento (UI&D) avaliadas com Muito Bom, onde trabalham 6.434 investigadores" e que representam 30,5% da comunidade científica nacional com avaliação positiva.
Segundo as contas apresentadas na carta, estes centros de investigação têm agora um corte de 69% face ao valor base atribuído entre 2020 e 2024: Os investigadores que antes recebiam o equivalente a 3.750 euros anuais, recebem agora 1.156,58 euros por ano.
O Ministério da Educação explicou na quarta-feira que o modelo de avaliação das Unidades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) que determinou as verbas a atribuir até 2029 resultou de critérios do anterior Governo, tendo aumentado em 22% o financiamento global.
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