"Estas declarações de interesses não são joguetes políticos, são coisas sérias, e se o primeiro-ministro tinha esta informação então já o devia ter dito e teria evitado tudo o que está a acontecer no país", disse esta tarde André Ventura aos jornalistas, no final de uma visita aos Bombeiros Voluntários de Mira, no distrito de Coimbra.
Segundo avançou hoje o semanário Expresso, Luís Montenegro atualizou a declaração de interesses na segunda-feira quase à meia-noite, em que refere mais sete empresas como clientes da empresa familiar Spinumviva.
O presidente do Chega questionou o líder do PSD e candidato a primeiro-ministro pela Aliança Democrática (AD) "se anda a brincar" com os portugueses, salientando que o país não tem explicações sobre empresa familiar de Luís Montenegro há mais de um mês.
"O primeiro-ministro não quis responder a uma série de questões que metiam em causa a sua integridade e transparência, e agora, a uns dias das eleições, submete uma nova declaração no Tribunal Constitucional", enfatizou.
Para André Ventura, "isto seria para rir se não fosse uma tragédia, uma falta de integridade, de transparência", questionando o primeiro-ministro por que razão "não o fez antes".
Ainda a propósito do "apagão" elétrico de segunda-feira, o líder do Chega desafiou o primeiro-ministro a tirar consequências políticas para os responsáveis da Proteção Civil e do Sistema integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
"Tivemos o presidente da associação de técnicos de emergência e proteção civil a dizer que devia ter sido enviada uma mensagem [aos portugueses] e que não foi porque alguém deu ordem para não ser enviada. Mas quem deu a ordem? Nós temos de saber, porque isto não pode ser o país em que cada um faz o que quer", sustentou.
Salientando que é preciso haver responsabilidade, André Ventura considerou que se o Governo não der esse sinal sobre as falhas que aconteceram na segunda-feira "permite que a impunidade se vá alastrando".
O presidente do Chega mostrou-se satisfeito pelo Governo avançar com uma auditoria ao SIRESP, conforme tinha defendido, que não deve ser só às razões do mau funcionamento durante o "apagão" elétrico de segunda-feira, mas também para saber por que razão "centenas de milhões de euros depois continua sem funcionar".
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