O secretário-geral do Partido Socialista debate, esta quinta-feira, questões ligadas à Segurança Social, no âmbito da preparação para o programa eleitoral das próximas eleições.
"O Partido Socialista [PS], pelo menos em Portugal, nunca se desligou do mundo do trabalho, dos direitos de quem trabalha nem da consolidação e defesa da segurança social. É um património que temos e queremos preservar", afirmou, na reunião desta manhã.
"Se estamos numa fase economicamente boa - já estávamos, melhor até, há um ano - a verdade é que há hoje sinais na nossa economia que nos têm de fazer olhar com cautela para a realidade", acrescentou, apontando que desaceleraram, por exemplo, o crescimento do emprego ou os salários. "E tivemos um número recorde em 2024, nos últimos anos, de despedimentos coletivos - com exceção de 2020. Não podemos embandeirar em arco. Olho muitas vezes ara os discursos dos membros deste Governo e fico preocupado por não perceberem a realidade", apontou, exemplificando não só as insolvências como também a "dissolução de empresas", esta último que aumentou 48%.
"Se ainda temos desemprego num nível baixo, o desemprego jovem está a aumentar", acrescentou, referindo que era precisa cautela e atenção à situação hoje vivida.
O socialista afirmou ainda que os Governos do Partido Social Democrata têm algumas "tentações", acusando: "Nestes 10, 11 meses, não conseguiram ainda fazer aquilo que é o seu projeto de sempre, mas o discurso sobre a rigidez do mercado de trabalho já regressou."
O socialista alertou para os sinais da "tentação" de executivos do PSD para "uma redução dos direitos de quem trabalha".
"Temos o dever de alertar para os riscos, no que diz respeito ao nosso sistema público de pensões, ao nosso sistema de segurança social, uma das mais importantes conquistas do nosso povo a seguir ao 25 de Abril, estão em risco com um Governo da AD", disse.
Para justificar esta reforma, de acordo com o secretário-geral do PS, o Governo PSD/CDS-PP tem estado a "carregar na dramatização e no fomento do medo sobre a sustentabilidade da Segurança Social".
"Não partilhamos da dramatização, isso não quer dizer que nós deixemos de estar num debate importante sobre o futuro da Segurança Social, nomeadamente sobre a diversificação das fontes de financiamento que nós já começamos no passado com José António Vieira da Silva", referiu, precisamente com o ex-ministro sentado ao seu lado.
Já na quarta-feira, Pedro Nuno Santos debateu os temas da saúde e da habitação, considerando que esta última não tinha sido encarada da mesma forma que a primeira após o 25 de Abril.
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