OE atribulado e derrota e vitória eleitorais marcam 1.º ano de Pedro Nuno

O primeiro ano de Pedro Nuno Santos como líder socialista fica marcado por uma derrota e uma vitória eleitoral, ambas por curta margem, e um processo atribulado que levou à viabilização do Orçamento do Estado, sendo agora desafios as autárquicas e presidenciais.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
15/12/2024 10:23 ‧ 15/12/2024 por Lusa

Política

Pedro Nuno Santos

Depois da crise aberta pela demissão do antigo primeiro-ministro António Costa, Pedro Nuno Santos chegou à liderança do PS ao vencer as eleições internas de dezembro de 2023 com 62% dos votos, tendo como adversário o antigo companheiro de executivo José Luís Carneiro e o dirigente Daniel Adrião.

 

A Operação Influencer precipitou o calendário político e Pedro Nuno Santos avançou para esta disputa interna poucos meses após o seu regresso à vida pública após um interregno na sequência da sua saída conturbada do Governo devido à polémica com a indemnização de 500 mil euros paga à ex-administradora da TAP Alexandra Reis.

Depois da entronização no 24.º Congresso Nacional do PS, que decorreu nos primeiros dias do ano, o novo líder socialista lançou-se de imediato na pré-campanha para as legislativas antecipadas de 10 de março, que acabou por perder por curta margem contra a AD, liderada pelo atual primeiro-ministro, Luís Montenegro.

No entanto, três meses depois o jogo virou e, de novo por curta margem, Pedro Nuno Santos conseguiu nas europeias de junho a sua primeira vitória para o PS numas eleições. A aposta que fez na antiga ministra da Saúde Marta Temido para encabeçar a lista europeia foi ganhadora.

Depois do longo mandato de Costa e a liderar os destinos de um partido que estava, pela primeira vez em nove anos, na oposição, enfrentou diversos desafios, internos e externos, ao longo deste primeiro ano como secretário-geral do PS, durante o qual fez questão de apresentar propostas que conseguiu ver aprovadas no parlamento.

O tema que marcou grande parte destes meses e que lhe valeu várias críticas foi a viabilização do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) que, na noite eleitoral das legislativas, Pedro Nuno Santos tinha classificado como "praticamente impossível".

"Não vale a pena criar pressão sobre o PS. Vamos liderar a oposição. Não somos nós que vamos suportar um Governo da AD", disse o líder do PS no discurso da derrota da noite eleitoral das legislativas.

Logo no arranque da legislatura foi necessário um acordo entre PS e PSD para a presidência rotativa da Assembleia da República para "salvar" a eleição de José Pedro Aguiar-Branco.

Uma nova tentativa de acordo, desta vez falhada, aconteceu nas negociações atribuladas do OE2025, com o PS a pôr as linhas vermelhas no IRS Jovem -- onde conseguiu uma vitória com as alterações ao modelo do executivo - e no IRC, cuja descida apenas de um ponto percentual foi o máximo que o Governo cedeu e assim o PS saiu com uma derrota negocial.

Sem um acordo com o Governo, mas assumindo "um compromisso com os portugueses", Pedro Nuno quis "matar" o tema orçamental a meio de outubro e comprometeu-se com a viabilização do documento dando como justificação a estabilidade política e a proximidade às últimas legislativas.

Pedro Nuno Santos tem mantido uma coabitação serena com Marcelo Rebelo de Sousa e, mesmo no período de maior pressão sobre o orçamento, manifestou "respeito total" pelo Presidente da República e naturalizou todos os esforços que vinham de Belém para a estabilidade política.

Depois de reuniões internas tensas e de divisões e críticas sobre a estratégia, o líder do PS já deixou um aviso sobre o ano que vem: "não ouvirão do PS nada sobre o próximo Orçamento do Estado até ele ser entregue na Assembleia da República".

Mas as tensões internas não vieram apenas do orçamento e casos como o da demissão de Ricardo Leão da FAUL do PS na sequência da polémica sobre despejos em habitações municipais em Loures ou mais recentemente dos apoios na Câmara de Alpiarça têm gerado tensões internas no partido.

2025 será precisamente um ano de vários desafios à liderança de Pedro Nuno Santos, que ao longo destes primeiros meses, não tem tido da parte da oposição interna muitos problemas, o que ficou evidente nas eleições para as federações do partido.

As autárquicas, eleições para as quais já fixou o objetivo de ganhar, serão uma prova de fogo para o líder do PS, numa altura em que o partido está longe do poder em Lisboa, Porto e outras importantes capitais de distrito e em que muitos presidentes em exercício não se podem recandidatar pela limitação de mandatos.

Mas também a escolha do candidato presidencial que será apoiado pelo PS prometem agitar as divisões internas e consequentemente o ano de Pedro Nuno Santos, numa altura em que se falam de nomes como o de Mário Centeno, António José Seguro ou Augusto Santos Silva.

Leia Também: Pedro Nuno Santos diz que alerta de Centeno é para "levar muito a sério"

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