A eurodeputada social-democrata Lídia Pereira instou, esta quarta-feira, os socialistas e liberais a dizerem se apoiam a recandidatura de Ursula von der Leyen à presidência da Comissão Europeia.
Em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, após uma reunião do Partido Popular Europeu (PPE) o Lídia Pereira, reeleita eurodeputada pela Aliança Democrática, pediu clareza.
"Da parte do grupo dos Socialistas [e Democratas -- S&D], nós ainda não temos essa segurança, portanto, cabe aos Socialistas explicarem ao que vêm e se apoiam Ursula von der Leyen. As linhas vermelhas de Von der Leyen e do PPE estão definidas, mas ainda não percebemos quais é que são as linhas vermelhas do PS", disse, referindo que esta é uma "candidatura pró-europeia, em favor da Ucrânia e a favor do Estado de Direito".
"Gostávamos ver muito claramente da parte dos socialistas e dos liberais um apoio firme à recandidatura da presidente von der Leyen e isso, até hoje, ainda não aconteceu", insistiu a também líder da juventude do PPE (YEPP).
A responsável admitiu ainda que "faz sentido" que, se os Socialistas apoiarem Ursula von der Leyen, a bancada de centro-direita apoie o nome de António Costa para o Conselho Europeu, numa discussão que cabe aos chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) e que ainda decorre no PPE.
Porém, insistiu: "Publicamente, não temos essa informação".
Segundo a eurodeputada reeleita, há "um diálogo em curso "dentro do PPE sobre eventual apoio a António Costa para o Conselho Europeu, embora já se admita "um certo consenso".
"Aquela que é a posição do PSD foi muito clara e foi esclarecida pelo presidente do PSD na noite das eleições europeias", recordou Lídia Pereira.
A eurodeputada adiantou ser necessário ver agora "como é que jogam as outras peças de xadrez".
"É uma decisão que parte e que cabe, em primeira instância António Costa, e só depois faz sentido a avaliar", lembrou ainda.
O nome de António Costa tem vindo a ser apontado para suceder ao belga Charles Michel na liderança do Conselho Europeu, a instituição da UE que junta os chefes de Governo e de Estado da UE, numa nomeação que é feita pelos líderes europeus, que decidem por maioria qualificada (55% dos 27 Estados-membros, que representem 65% da população total).
Além do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, que já disse que apoiaria a nomeação de António Costa, há outros 11 chefes de Governo e de Estado do PPE (de países como Grécia, Croácia, Letónia, Suécia, Áustria, Irlanda, Roménia, Finlândia, Chipre, Polónia e Luxemburgo).
É também o Conselho Europeu que propõe o candidato a presidente da Comissão Europeia, instituição que tem vindo a ser liderada desde 2019 por Ursula von der Leyen, num aval final que cabe depois ao Parlamento Europeu, que vota por maioria absoluta (metade dos 720 eurodeputados mais um).
No final do mês, realiza-se em Bruxelas uma cimeira decisiva sobre os cargos de topo da UE (presidência do Conselho Europeu, Comissão e chefe da diplomacia), esperando-se uma decisão e, depois, um aval na sessão plenária da assembleia europeia de meados de julho.
[Notícia atualizada às 11h43]
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