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João Oliveira acusa Cotrim de olhar para pessoas "vendo apenas cifrões"

O cabeça de lista da CDU às eleições europeias acusou hoje Cotrim Figueiredo de olhar para as pessoas "vendo apenas cifrões" e defendeu que o ex-eurodeputado socialista Capoulas Santos tem "peso na consciência" pelo que fez em Bruxelas.

João Oliveira acusa Cotrim de olhar para pessoas "vendo apenas cifrões"
Notícias ao Minuto

23:19 - 30/05/24 por Lusa

Política Europeias

Num jantar-comício em Melides, no distrito de Setúbal, João Oliveira abordou a importância de uma Segurança Social pública, defendendo que não se pode deixar as reformas e pensões à mercê da "roleta da especulação", e aproveitou para atacar o cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL).

Segundo o candidato da CDU, há umas semanas João Cotrim de Figueiredo referiu-se "aos jovens como tendo um fardo às suas costas, que é o fardo de terem de descontar para as pensões dos seus avós, para o sistema de Segurança Social que garante as pensões e reformas dos seus avós".

"Esta é a perspetiva cínica de quem olha para as pessoas vendo apenas cifrões. Se são novos, estão em condições de produzir, têm utilidade. Se já não são novos, não têm capacidade de produzir, se têm alguma diminuição na sua capacidade de produção, a sua vida já tem menos valor", acusou.

João Oliveira acusou a IL fazer estas declarações com a "perspetiva de conflito entre gerações, para pôr os netos em guerra com os avós, para que os netos sintam que os avós são um fardo às suas costas".

"Esta é uma conceção que nós não aceitamos. E nós não aceitamos não é por capricho, é porque não há sociedade nenhuma que se possa dizer que é justa, com conflitos entre gerações desta natureza: uma sociedade justa exige a solidariedade entre as gerações", defendeu.

João Oliveira também deixou críticas ao antigo ministro e eurodeputado do PS, Luís Capoulas Santos, que defendeu hoje que só socialistas, liberais e deputados do Partido Popular Europeu (PPE) é que têm influência no Parlamento Europeu.

"Pode haver quem ache que isto é descaramento, mas não é: é peso na consciência, porque este ex-deputado do PS sabe bem a responsabilidade que tem às costas pelas decisões que tomou no Parlamento Europeu contra os interesses do país", criticou João Oliveira.

O cabeça de lista da CDU acusou Capoulas Santos de ter atentado contra os interesses dos agricultores por ter aprovado as sucessivas reformas à Política Agrícola Comum (PAC) e à política comum de pescas, além de ter igualmente aprovado cortes no financiamento dos fundos comunitários para Portugal".

"Vem dizer que só os deputados do PS, da Aliança Democrática (AD) e dos liberais contam no Parlamento Europeu... Eles contam mas é para o lado das multinacionais, dos grupos económicos e da banca. Não contam para defender o povo e o país, não contam para defender o nosso desenvolvimento e progresso", defendeu.

Também o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, que interveio depois de João Oliveira, criticou Capoulas Santos, que disse ter "posto para fora o que lhe vai na alma".

"Eles lá, os socialistas, os PSD e os CDS lá da terra, os liberais e Chegas lá da terra, decidem. Mas depois quem paga todos os dias com as decisões que eles tomam, é a vida de cada um de nós", afirmou.

Sem nunca os nomear diretamente, o líder do PCP também deixou críticas aos cabeças de lista do PS e da AD sobre a habitação.

"É no mínimo de uma arrogância ouvir candidatos ao Parlamento Europeu dizer que é preciso reconhecer a habitação como um direito na carta da UE e outra candidata dizer que é preciso que a habitação seja uma política europeia... E o que é que fizeram durante estes anos todos quando estiveram no Governo, quer um, quer outros?", questionou.

O líder do PCP defendeu que não é necessário inscrever o direito à habitação na Carta dos Direitos Fundamentais da UE, porque esse direito já está inscrito na Constituição da República.

"Muito obrigado pela sugestão de quererem inscrever lá aquilo que cá, pelas suas opções, não cumprem", disse.

Leia Também: Cabeça de lista da CDU quer que BCE baixe "rapidamente" taxas de juro

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