Das forças de segurança à identidade de género. O que prometeu Ventura?

André Ventura defendeu que o "trabalho e missão de governar Portugal" ainda não foi concluído, mas poderá "acontecer já em março de 2024".

Ventura promete equiparar subsídio de risco de todas as forças de segurança ao da PJ

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Notícias ao Minuto com Lusa
13/01/2024 11:51 ‧ 13/01/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

André Ventura

O líder do Chega, André Ventura, defendeu, este sábado, na VI Convenção Nacional do partido, que será candidato às eleições legislativas de março de 2023 porque acredita que o "trabalho e a missão de governar Portugal" ainda não está concluído e considera que "é possível" vencer.

"Quando soubemos que este governo estava a chegar ao fim, sabíamos também que o partido [Chega] teria de ter este congresso. Havia, por isso, uma decisão a tomar. A decisão sobre se considerava que o meu trabalho estava concluído ou se não estava concluído", começou por referir no seu discurso, em Viana do Castelo.

Para o líder do Chega, o "caminho longo" feito desde 2019 e "tudo o que foi conquistado" estava "ainda inacabado" e "havia ainda um trabalho e uma missão que era preciso concluir".

"Um trabalho e uma missão para o qual nos mobilizamos e para a qual sempre acreditamos que era possível: o trabalho e a missão de governar Portugal, que acreditamos que possa acontecer já em março de 2024", atirou.

"Candidato-me porque acho possível vencer estas eleições legislativas", acrescentou.

Forças de segurança? "Nenhuma maioria de direita existirá" sem equiparação do subsídio de risco

No seu discurso, o presidente do Chega prometeu equiparar o subsídio de risco de todas as forças de segurança ao da Polícia Judiciária, dizendo que "nenhuma maioria de direita existirá" sem que esta seja a primeira medida a tomar.

"Nenhuma maioria de direita subsistirá, nenhuma maioria de direita existirá sem que a sua primeira medida seja restabelecer a equiparação de suplementos a todas as forças de segurança, a todas", afirmou.

"Decidi apresentar a este congresso uma nova candidatura, porque entendo que esse trabalho não está concluído na dignificação que temos de fazer de Portugal", indicou, afirmando que o "exemplo maior" reside nas forças de segurança, que estão em protesto há vários dias.

O líder do Chega considerou que os agentes "não pedem nada de extraordinário" e "dão a vida pela segurança" dos portugueses, mas "não têm nenhum reconhecimento do Estado e sentem as suas vidas cada vez mais em perigo".

LGBT? "Vou pegar nesses milhões todos e vou dizer às associações: 'esqueçam, não vão receber um tostão'"

"Eu garanto-vos uma coisa, aquele dinheiro todo que damos para as ideologias de género e para promover a igualdade de género [...], vou pegar nesses milhões todos e vou dizer às associações: 'esqueçam, não vão receber um tostão'", declarou, admitindo que as suas afirmações podem ser consideradas polémicas.

O presidente do Chega alegou estar em causa cerca de 400 milhões de euros e prometeu usar esse valor, caso venha a ter responsabilidades governativas, na criação de "um fundo de apoio" às forças de segurança e aos ex-combatentes.

Depois de ao longo da história do partido ter criticado a imigração, a população cigana, a subsidiodependência, André Ventura juntou hoje ao seu discurso as questões da ideologia de género, que foi levada por alguns dirigentes à reunião de Viana do Castelo, quando abordaram a questão das casas de banho mistas.

"Entre o Portugal de 2024, que é o do Chega, ou o de 1974, que é o de Pedro Nuno Santos"

O presidente do Chega considerou que a disputa eleitoral de 10 de março é entre o seu partido e o PS, que traria pela mão de Pedro Nuno Santos um "país de 1974" e um "trio de horrores" com BE e PCP.

O líder e recandidato sustentou que a escolha, em 10 de março, "é muito clara, entre o Portugal de 2024, que é o do Chega, ou o de 1974, que é o de Pedro Nuno Santos", que "quer voltar ao PREC [...], às geringonças e PCP's desta vida".

Ventura acusou a esquerda de tentar "branquear a imagem da Geringonça" e defendeu que esta solução vai voltar a repetir-se se PS, PCP e BE tiverem maioria nas próximas eleições legislativas de 10 de março.

"Não tenham dúvidas de que eles se vão juntar todos outra vez para governar", declarou, salientando que só o Chega pode "ser alternativa à hipocrisia de Pedro Nuno Santos, de António Costa e à continuidade desta Geringonça".

"Já imaginaram um governo com Pedro Nuno Santos, Paulo Raimundo e a Mariana Mortágua?", questionou, o que levou a apupos por parte dos delegados à convenção.

Propondo um exercício de imaginação com "aquelas personagens sentadas no Conselho de Ministros", André Ventura sugeriu que o secretário-geral do PCP poderá ser ministro da pesca e a coordenadora do BE ministra da igualdade de género, classificando como um "trio dos horrores".

O presidente do Chega referiu-se também ao novo secretário-geral do PS como "o neto do sapateiro". "Vamos lutar não para o segundo lugar, mas para vencer as eleições legislativas em Portugal", disse ainda.

De acordo com Ventura, nesta reunião magna vão estar pessoas "que vieram do PSD, do CDS e da IL porque ali não encontraram o projeto que queriam e sabem que agora esta é a única alternativa para combater o PS".

Apontando que "o país pede essa alternativa", André Ventura considerou que "o PSD já não tem força" devido aos "sucessivos casos e escândalos" que abalaram o partido de Luís Montenegro.

No discurso - cujos momentos de aplausos eram acompanhados por uma música -, Ventura disse que se recandidata à liderança do partido porque "Portugal precisa de uma limpeza", voltando a aludir ao caso que envolveu o ex-chefe de gabinete de António Costa Vitor Escária, que escondeu cerca de 75 mil euros em caixas de vinho no seu local de trabalho.

Com críticas também ao ex-ministro João Galamba, o líder do partido de extrema-direita atirou também ao PSD de Luís Montenegro, acusando-o de ter "ficado em silêncio" perante este caso, mas também perante o das gémeas que foram tratadas no Hospital Santa Maria.

Apesar das iniciativas que outros partidos tiveram no parlamento para esclarecer esta polémica, Ventura afirmou que o Chega foi o partido que teve que fazer "um esforço no parlamento" sobre o tema.

"Estão todos juntos a procurar aparar os golpes uns dos outros", disse, considerando que "o último grito de decência pela pátria" é para que "a corrupção seja combatida em Portugal".

Outros dos motivos pelos quais Ventura se recandidata é porque é "preciso coragem" para falar da imigração, considerando que esta tem que ser "regulada e controlada" porque não se pode querer no país aqueles que não querem aceitar a história portuguesa, mas sim mudá-la.

O segundo dia de trabalhos da VI Convenção Nacional do Chega arrancou pelas 10h30, com a apresentação de algumas moções temáticas, a que se seguiu o discurso de André Ventura, que durou mais de 40 minutos, apesar de o programa prever 10 minutos.

Após a intervenção do líder os trabalhos foram suspensos para almoço, devendo retomar mais de duas horas depois, pelas 14h30.

André Ventura lidera o Chega desde a fundação do partido, que foi oficializado em 2019. Nas últimas reuniões magnas teve vitórias esmagadoras, de mais de 90% dos votos, e apenas uma vez contou com opositor, em 2021.

A sua reeleição está assegurada uma vez que é candidato único à presidência da Direção Nacional e a oposição interna não tem qualquer margem neste congresso já que os delegados foram eleitos em listas afetas ao líder.

Leia Também: André Ventura reeleito hoje presidente do Chega

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