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Deputados que vão para outro partido? PS quer "período de nojo"

O líder parlamentar do PS defendeu hoje que deveria haver um "período de nojo" antes de deputados de um partido decidirem integrar uma outra força política, advertindo que, senão, se está a "fragilizar o sistema democrático".

Deputados que vão para outro partido? PS quer "período de nojo"
Notícias ao Minuto

14:30 - 11/01/24 por Lusa

Política Deputados

Em declarações aos jornalistas no parlamento, após uma reunião do Grupo Parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias foi questionado sobre as declarações do líder do Chega, André Ventura, que referiu hoje que as listas de candidatos a deputados do partido contarão com atuais e antigos eleitos do PSD.

Salientando que se trata de uma opinião própria, que "não vincula o PS nem nenhum parlamentar do PS", Brilhante Dias defendeu que deve haver um "período de nojo" nesses casos.

"Quando nos candidatamos por um partido, defendemos um programa eleitoral, aquilo que devemos é, no mínimo, ter um período de nojo antes de assumirmos responsabilidades noutras forças políticas para defender outro programa eleitoral", defendeu.

Para o líder parlamentar do PS, quando isso não acontece, está a "fragilizar-se o sistema democrático e aquilo que é a representação parlamentar".

Brilhante Dias considerou ainda que "nunca é normal quando democratas eleitos por forças democráticas passam a figurar em listas que são antissistema democrático".

"Isso não é normal e não serei eu, jamais, desde o ponto de vista político, que aceitarei como normal que alguém apoie um partido que é antissistema democrático, que tem um discurso racista e xenófobo. Fico muito triste, apenas triste", referiu.

O líder parlamentar socialista referiu ainda que os portugueses sabem, "como tem acontecido noutros países da Europa, que a direita democrática, muitas vezes como recurso para combater até o crescimento destas forças extremistas, tem muitas vezes adotado a mesma linguagem e parte das suas propostas".

"Isso é uma contaminação que está a acontecer não só em Portugal como noutros países, e por isso o que eu tenho vindo a dizer é que a direita democrática tem de se assumir como democrática e não pode ir atrás do Chega", sustentou.

O presidente do Chega, André Ventura, afirmou hoje que as listas de candidatos a deputados do partido contarão com atuais e antigos eleitos pelo PSD, mas recusou confirmar se António Maló de Abreu será um deles.

"Há vários nomes, sobretudo ligados ao PSD, naturalmente pela proximidade maior, que estarão nas listas do Chega às próximas legislativas", afirmou, em declarações aos jornalistas no parlamento, referindo tratarem-se de "atuais e antigos deputados do PSD".

O líder do Chega indicou que alguns atuais e antigos eleitos sociais-democratas poderão mesmo ser cabeças de lista, mas não recusou revelar identidades e adiantar mais pormenores.

André Ventura foi questionado sobre a notícia do Observador que dá conta de que o deputado António Maló de Abreu, que anunciou na quarta-feira a sua desfiliação do PSD, deverá ser candidato pelo Chega nas eleições legislativas de março.

"Não me vou referir a nenhum caso em particular. Não vou confirmar isso, mas também não vou desmentir", respondeu, justificando com a realização da VI Convenção Nacional do Chega, que decorre este fim de semana, e na qual volta a ser candidato à liderança.

Leia Também: Brilhante Dias diz que eleições serão "difíceis", mas confia na vitória

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