PNS? "É impossível dizer que se quer fazer diferente e fazer o mesmo"

Catarina Martins, antiga coordenadora do Bloco de Esquerda, considerou que o discurso da vitória do novo líder do Partido Socialista é "impossível", por querer "ser oposição ao Governo da maioria absoluta", mas, ao mesmo tempo, dizer "estamos aqui para dar continuidade".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
19/12/2023 09:54 ‧ 19/12/2023 por Notícias ao Minuto

Política

Pedro Nuno Santos

A antiga coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins criticou, na noite de segunda-feira, o novo secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, que acusou de ter 'esquecido' a Habitação nas suas primeiras ações como líder socialista, e de querer fazer algo "impossível": herdar a governação da maioria absoluta socialista e, em simultâneo, liderar - caso seja eleito primeiro-ministro - o país de forma diferente.

"Essa é uma grande preocupação no discurso: como é que simultaneamente pode ser herdeiro da maioria absoluta e querer uma alternativa à governação da maioria absoluta? Este é o maior problema de Pedro Nuno Santos e nota-se isso no seu discurso, quando diz que tem que estar toda a gente, que não se pode adiar a resolução de problemas... e depois lembramo-nos, por exemplo, dos professores que ficaram sempre pendurados", disse Catarina Martins, no programa Linhas Vermelhas, da SIC Notícias.

A antiga líder bloquista acusou Pedro Nuno Santos também de, no mesmo discurso, após ter falado de "um país que não pode arrastar os pés", ter escolhido como primeira visita "a oficina da CP em Guifões, que é uma aposta na ferrovia, que é importante, seguramente", mas que terá sido uma forma de "evitar ter de falar do resto".

Catarina Martins afirmou ainda que o novo líder socialista "tenta fazer o impossível, que é ser oposição ao Governo da maioria absoluta, dizer que quer fazer diferente, diagnosticar os problemas, perceber que há problemas no SNS" e, ao mesmo tempo, dizer: "Mas estamos aqui para dar continuidade".

"Isto é uma impossibilidade, porque os partidos têm de dizer ao que é que vêm. É impossível dizer que se quer fazer diferente da maioria absoluta e fazer o mesmo que a maioria absoluta está a fazer", reiterou.

A líder bloquista criticou ainda as declarações do novo líder socialista em que disse que não queria "um país a arrastar os pés". "Ora, um país a arrastar os pés, sem a capacidade para resolver o SNS, a Escola Pública, sem o investimento de que precisa, isso foi a maioria absoluta. Foi o percurso do PS. Portanto, Pedro Nuno Santos diz 'Eu aqui estou herdeiro do que fizemos, orgulhoso do que fizemos, para acabar com este arrastar de pé que fizemos'. E isto é uma enorme dificuldade porque tem um problema, é a credibilidade", concluiu.

Leia Também: Do radicalismo à falta de moderação. Isabel Moreira sai em defesa de PNS

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