"Isto não é um governo. É uma quadrilha que rouba o povo da Madeira. É tempo de justiça, de acertar as contas", afirmou Roberto Almada, no Funchal, num comício que marcou o último dia da campanha eleitoral e que contou com a presença da coordenadora do BE, Mariana Mortágua, assim como da antiga coordenadora, Catarina Martins.
O cabeça de lista bloquista criticou que para Miguel Albuquerque, presidente do Governo da Madeira desde 2015 e candidato pela coligação PSD/CDS-PP nas eleições de domingo, o "sucesso" da região seja "a especulação imobiliária enquanto quem trabalha desespera por não encontrar uma casa que possa pagar".
"É um roubo o salário baixo e a pensão de miséria numa região que quebra recordes no turismo e tem superavit nas contas públicas. É um roubo que os impostos sobre os lucros dos grandes negócios sejam mínimos e o IVA no supermercado, pago por todos nós, seja máximo", considerou.
Apontando que o modelo económico adotado na região "destrói o ambiente e a saúde e empurra os mais jovens para a emigração", Roberto Almada frisou que "é tempo de respeitar quem trabalha e vive no seu salário".
O candidato acusou os partidos de direita de serem "aliados dos tubarões imobiliários" e de quererem "ir para o Governo de Miguel Albuquerque", ao passo que os socialistas, considerou, "ficam sempre calados quando estão em causa os tubarões que mandam na região".
Para Roberto Almada, "o único voto para uma oposição firme é o voto no BE", assegurando que se o partido voltar a ter representação na Assembleia Legislativa da Madeira, que perdeu em 2019, será "uma oposição insubmissa, contundente e não acomodada".
O antigo coordenador da estrutura regional do partido manifestou-se ainda confiante de que o Bloco "está a caminho do parlamento" e que no domingo à noite esse regresso será comemorado.
O cabeça de lista do BE às eleições de domingo ocupou o lugar de deputado em 2008 para substituir o histórico líder da UDP/Madeira Paulo Martins - eleito pelo Bloco nas regionais de 2004 e de 2007 e obrigado a abandonar a vida política por motivos de saúde.
O técnico superior de Educação Social voltou a ocupar um lugar no hemiciclo na legislatura 2015-2019, quando o BE reforçou a sua posição e elegeu dois representantes.
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
Leia Também: Madeira. MPT faz "balanço muito positivo" de 15 dias de campanha