Com as eleições regionais na Madeira cada vez mais próximas, o candidato do Partido Socialista acusou o PSD de pressionar e "intimidar" eleitores através de chamadas telefónicas, garantindo ainda que não está preocupado com as sondagens que apontam para uma queda do PS na região.
Em declarações aos jornalistas no Funchal, Sérgio Gonçalves disse que o PSD e o governo regional têm tentado "criar um clima de medo para que as pessoas não votem diferentes", dando conta de "relatos de ligarem à comunidade venezuelana que vive na Madeira, dizendo que não devem votar no PS, a apelar ao voto no PSD através de uma chamada telefónica".
"Naturalmente que terão de explicar como é que têm acesso a dados pessoais, a bases de dados e como fazem esses contactos, que são feitos em nome do PSD e com um apelo claro de voto ao PSD", reiterou Sérgio Gonçalves.
O candidato do PS criticou ainda o pagamento de um subsídio aos profissionais de saúde "no último dia de campanha, algo que é devido há quase dois anos por causa da pandemia". "Temos também relatos de funcionários públicos que são permanentemente confundidos com funcionários do PSD, que têm de estar ao serviço do PSD e não podem manifestar publicamente a sua opinião, e tudo para esconder as fragilidades deste governo e a falta de capacidade em dar respostas para os problemas dos madeirenses", sublinhou.
Questionado sobre as últimas sondagens, nomeadamente a sondagem da Universidade Católica para a RTP que dá uma maioria absoluta à coligação PSD/CDS-PP com um resultado entre 47% e 53%, e para uma queda de 13 pontos percentuais, Sérgio Gonçalves garante que os socialistas "não desvalorizam sondagens negativas" nem "sobrevalorizam quando são positivas".
"Aquilo que nos move é mudar a Madeira e apresentar soluções aos madeirenses. E as sondagens não refletem naquilo que vemos nas ruas. O apoio que sentimos das pessoas, a vontade de mudança, porque sabemos que as pessoas compreendem as propostas do PS", reafirmou.
Sérgio Gonçalves aproveitou ainda para criticar as medidas propostas pelo PSD para a habitação, para a saúde e em matéria fiscal, demonstrando que "o PSD tem receio de um PS que tem respostas para a habitação" e que depende dos "truques do costume" e das "artimanhas de sempre".
"Onde o presidente do governo diz que vai prolongar a Pontinha, nós queremos construir casas; quando o PSD diz que não baixa impostos, mesmo com um aumento brutal do custo de vida, o PS diz que, quando for governo, vai baixar impostos; e quando olhamos para a saúde, vemos as listas duplicar desde que Miguel Albuquerque é presidente do governo, nós dizemos que vamos implementar tempos máximos de resposta garantidos e vamos resolver a questão das listas de espera", explicou.
As eleições para o Parlamento Regional da Madeira decorrem no próximo domingo. Miguel Albuquerque procura manter-se na liderança do governo regional, enquanto que continuam a existir muitas dúvidas quanto aos partidos mais pequenos, com a CDU e a IL à beira de sair do parlamento e o Bloco de Esquerda à procura de voltar à região.
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