"A CDU não se resigna às injustiças criadas e às desigualdades, não nos podemos resignar e é nesse sentido que pretendemos apelar às pessoas que não se resignem. Que o voto possa também ser uma expressão de protesto contra esta situação e sobre a urgência e a possibilidade de haver um outro rumo", afirmou Edgar Silva, durante uma ação de campanha para as legislativas madeirenses, realizada no centro do Funchal.
Insistindo que um dos problemas prioritários para a CDU é a questão das desigualdades, o candidato voltou a recuperar dados sobre o risco de pobreza na região, lembrando que a Madeira apresenta a taxa mais elevada do país, com 31% da população nessa situação.
E, ao mesmo tempo, "os grandes grupos económicos estão a conseguir lucros fabulosos como nunca conseguiram", disse, reiterando que os comunistas não aceitam que "fique tudo como está, que fique tudo na mesma", quando "a maioria da população é espremida que nem uvas no lagar".
"Não estamos condenados a estas desigualdades, não estamos obrigados a tamanha injustiça que está a crescer, é preciso agir", salientou o candidato da CDU.
Nas eleições de 24 de setembro, a CDU quer recuperar o grupo parlamentar que já teve na Assembleia Legislativa da Madeira, depois de, em 2019, ter elegido apenas um deputado.
Como cabeça de lista, a coligação apresenta o coordenador do PCP na Madeira, que continua a ser conhecido na região por "padre Edgar", apesar de ter deixado o sacerdócio em 1980.
A sua intervenção política levou-o à filiação no PCP, tendo sido escolhido para ser candidato, como independente, nas regionais de 1996. Foi sucessivamente eleito até à legislatura que agora termina.
Ocupou o lugar no parlamento nos dois primeiros meses do atual mandato, depois assegurado por Ricardo Lume no âmbito do processo de rotatividade implementado pelo partido.
Escritor e docente, Edgar Silva tem na política a sua ocupação, sendo ainda membro do Comité Central do PCP. Em 2016 foi candidato à Presidência da República, ficando em quinto lugar, com 182.906 votos (3,95%).
Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.
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