"De 2015 a 2019 o que é que mudou no Porto Santo?", questionou o candidato, num almoço-comício, referindo-se à gestão do social-democrata Miguel Albuquerque, que se tornou presidente do Governo Regional em 2015.
Sérgio Gonçalves, que é também deputado regional e líder dos socialistas madeirenses, recordou que quando tomou posse, há oito anos, Albuquerque declarou o Porto Santo como uma das suas prioridades.
No mandato seguinte, em 2019 -- lembrou o socialista -, transferiu essa responsabilidade para o seu vice-presidente, Pedro Calado, que dois anos depois abandonou o Governo Regional para assumir a governação da Câmara Municipal do Funchal.
Agora, em 2023, para o PS, "o Porto Santo está igual ou pior do que estava".
Por isso, os socialistas têm "soluções diferentes" para a ilha, como a criação de um polo turístico com uma escola superior nesta área, em parceria com a Universidade da Madeira.
A proposta permite levar mais pessoas para o território, entre docentes, pessoal administrativo e estudantes de fora, além de "dar oportunidade aos jovens do Porto Santo de ter formação de excelência na terra que os viu nascer".
Sérgio Gonçalves enfatizou ainda a importância do Porto Santo no plano de contingência da região, porque o aeroporto da ilha é a única alternativa às situações de condicionamento da infraestrutura aeroportuária da Madeira.
"Há muito que fazer no Porto Santo e muito pouco feito pelo PSD ao longo dos últimos anos", sublinhou, criticando, por exemplo, a desativação do parque de campismo, por obrigar os visitantes a recorrer às unidades hoteleiras, algumas das quais com preços na ordem dos 400 euros por noite.
No seu entender, esta infraestrutura é importante para aquele território e faz parte da sua história: "Com as condições de vida que o Governo [Regional] tem criado, é necessário e obrigatório, caso contrário muitas pessoas não podem visitar a ilha."
Perante uma realidade regional que "é conhecida de todos", o também gestor disse que o executivo PSD/CDS-PP se recusa a resolver os problemas de acesso à saúde e à habitação, bem como "a fazer uma coisa que só depende dele, que é baixar os impostos".
"Temos mesmo de mudar a nossa região, temos de mudar a Madeira, temos de mudar o Porto Santo", declarou o candidato do maior partido da oposição.
Treze candidaturas disputam no dia 24 os 47 lugares no parlamento regional: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos (depois de em 2015 a coligação que liderou ter conseguido cinco lugares), o JPP três e a CDU um.
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