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Estado da Nação? António Costa "demonstrou estar em total negação"

O líder da oposição acusou o primeiro-ministro de utilizar frases feitas pela sua equipa de comunicação, e de mostrar "muito poucochinho" perante os problemas do país.

Estado da Nação? António Costa "demonstrou estar em total negação"
Notícias ao Minuto

19:40 - 20/07/23 por José Miguel Pires com Lusa

Política Estado da Nação

"António Costa demonstrou aqui hoje estar em total negação. Eu sei que está cada vez mais influenciado pelo seu publicitário, um dos seus muitos coadjuvantes que tem na área da comunicação e trouxe uma frase ensaiada, segundo a qual, no entender do Governo, os portugueses estão a viver melhor", começou por dizer, esta quinta-feira, o líder do Partido Social-Democrata, Luís Montenegro, após o debate do Estado da Nação no Parlamento.

Atirando farpas ao líder do Governo, continuou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República: "É um desrespeito por milhares e milhares de pessoas que têm hoje muita dificuldade em pagar as contas ao final do mês. Pessoas que têm pensões baixas e não têm dinheiro para os medicamentos, pessoas que têm muita dificuldade em ir ao supermercado comprar a sua alimentação".

"Fazer uma graçola à volta daquilo que alguém disse em 2014" é "muito poucochinho", lamentou Montenegro, perante "uma situação que é socialmente grave, que afeta tantos milhares de pessoas, que estão a pagar impostos como nunca se pagaram, empresas a quem são retirados meios para poder investir, precisamente para criar mais riqueza, mais oportunidades de trabalho e melhores salários".

Na intervenção de abertura no debate do estado da nação, António Costa deixou uma farpa a Luís Montenegro. "Para nós, Portugal só está melhor se os portugueses estiverem melhor", declarou. Recorde-se que, em 2014, o próprio Montenegro disse, na altura como líder parlamentar do PSD, no Parlamento: "A vida das pessoas não está melhor, mas a do país está muito melhor."

"Lamento profundamente que o primeiro-ministro de Portugal continue, tantos anos volvidos, com duas obsessões: a obsessão do poucochinho e a obsessão do Diabo. Sempre que o primeiro-ministro está atrapalhado, vem com o Diabo, que é a sua falta de capacidade em lidar com a história", continuou ainda Montenegro, apelando a António Costa para que visite o website do PSD, em tom jocoso, "a ver se se inspira".

"É preciso respeitar o sofrimento das pessoas, é preciso respeitar os que têm hoje baixos salários e ganham o salário mínimo, respeitar os que não têm dinheiro para pagar as prestações da casa, respeitar aqueles a quem o dr. António Costa retira em impostos e devolve em serviços públicos sem qualidade", criticou.

Montenegro frisou que anda "na rua todas as semanas, em todas as regiões do país" e contacta com uma realidade diferente da do primeiro-ministro.

"Empresários que estão asfixiados em impostos, fartos de burocracia, a olhar para os 50 mil milhões de euros vindos da Europa e cujo principal destinatário está a ser a administração pública para colmatar a falta de investimento publico dos últimos anos", criticou.

"António Costa tem um desplante político grande e quis vir dizer no debate do estado da nação uma negação do que vimos na rua: que os portugueses estão a viver melhor. Não estão, dr. António Costa", afirmou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas no final do último debate da sessão legislativa, antes das férias parlamentares.

O líder do PSD perguntou "em que país vive António Costa", acusando o primeiro-ministro de desrespeitar os que "não têm dinheiro para pagar as suas contas ao final do mês".

"Chegar ao estado da nação e não ter a humildade de reconhecer isto é infelizmente sinónimo de que o Governo não vai emendar a mão. Não emendando a mão, o que é necessário é mudar de governo", defendeu.

O líder do PSD procurou também desmontar a tese várias vezes repetida pelo primeiro-ministro e pelo PS de que o seu partido não apresenta alternativas.

"O PSD apresentou nos últimos meses propostas sobre fiscalidade, saúde, habitação, políticas para a terceira idade, para a juventude, para reter imigrantes. Até temos um site, o primeiro-ministro vá lá consultar", ironizou.

Para Montenegro, as sondagens que dão o partido taco a taco ou até à frente do PS demonstram que esta alternativa "chega cada vez mais" aos portugueses, depois de há ano e meio o PSD ter perdido as legislativas por 14 pontos de diferença.

"É sinal de que os portugueses estão atentos ao demérito do Governo e ao mérito da oposição", considerou.

Decorreu, esta quinta-feira, na Assembleia da República, o debate parlamentar sobre o Estado da Nação, onde o primeiro-ministro e outros membros do Governo responderam às questões dos diferentes deputados com assento parlamentar.

[Notícia atualizada às 20h21]

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