BCE? "Presidente e primeiro-ministro têm dever de exprimir reservas"
Em causa estão as críticas feitas pelos chefes de Estado e de Governo, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, respetivamente, às considerações e aumentos das taxas de juro feitos pelo Banco Central Europeu, esta semana.
© Global Imagens
Política Sérgio Sousa Pinto
O socialista Sérgio Sousa Pinto contrariou, na sexta-feira, a "generalidade" dos comentadores, no âmbito do que tem vindo a ser discutido sobre as declarações - e críticas - de líderes portugueses em relação às políticas do Banco Central Europeu (BCE).
"Nesse aspeto, não seguiria a generalidade dos observadores. O Presidente da República e o primeiro-ministro têm todo o direito - e dever mesmo - de exprimir algumas reservas relativamente à política monetária conduzida pelo BCE", considerou, no seu espaço de comentário na CNN Portugal.
"Não porque ela esteja fundamentalmente errada, mas porque é preciso alertar o BCE para os impactos assimétricos da política monetária", justificou.
As declarações de Sousa Pinto surgem depois de o primeiro-ministro, António Costa, considerar que "não tem havido compreensão" por parte do BCE. Também o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, referiu esta semana que os bancos centrais deveriam ter "muito cuidado com o que dizem publicamente" em relação à subida das taxas de juro.
O socialista destacou que os países da Zona Euro têm "realidades muito diferentes", exemplificando: "Quando o objetivo é a contração da procura, estamos a falar de realidades comparáveis. A contração da procura tem um efeito social em Portugal completamente diferente do efeito social que produz na Alemanha".
Segundo apontou Sousa Pinto, a Alemanha têm "famílias mais prósperas", assim como características "diferentes" e as "pessoas tendem a arrendar casas". Também "menos pessoas tendem a correr a crédito à habitação". O Estado alemão é "mais rico", assim como tem uma "capacidade para desenvolver politicas que podem neutralizar objetivos da politica monetária".
O comentador rematou, questionando "até onde é que podemos sofrer impactos" num país como Portugal.
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