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Carlos Reis "não é arguido" e deve ser o próprio a avaliar mandato

O líder parlamentar do PSD remeteu para o deputado Carlos Eduardo Reis a avaliação sobre o seu mandato, mas considerou que, não sendo arguido em qualquer processo, "não há razão" para que tome qualquer decisão.

Carlos Reis "não é arguido" e deve ser o próprio a avaliar mandato
Notícias ao Minuto

15:41 - 25/05/23 por Lusa

Política Tutti Frutti

Na reunião do grupo parlamentar social-democrata de hoje, Carlos Eduardo Reis fez uma intervenção sobre as reportagens emitidas na terça e quarta-feira à noite pela TVI/CNN Portugal -- em que o seu nome é envolvido -, e que dão conta de que no âmbito da Operação Tutti Frutti foram intercetadas escutas e comunicações que apontam para um alegado "pacto secreto" entre PSD e PS para cada partido manter a liderança de determinadas juntas de freguesias de Lisboa nas eleições autárquicas de 2017.

Nesta intervenção, que mereceu depois manifestações de solidariedade de vários deputados, Eduardo Reis sublinhou que não é arguido, nunca foi ouvido no processo e disse não estar disponível para ser o "idiota útil" do partido para que se possam derrubar dois ministros e haver eleições antecipadas.

No final da reunião da bancada, Miranda Sarmento disse aos jornalistas - como tinha feito perante os deputados - que na quarta-feira trouxe este tema ao debate parlamentar com o primeiro-ministro, separando a questão política da questão judicial.

"Há um caso que não pode ser ignorado e que atinge os dois partidos de regime e o que disse foi muito claro, na sequência do que disse o presidente do partido: o PSD não pactua com ações políticas ou atitudes políticas que possam não ter ética, violar decência política ou possam ser ilegais", disse.

O líder parlamentar frisou que os visados na reportagem "têm todo o direito à defesa" e "direito a que este processo ande mais rápido".

"Mas do ponto de vista político o PSD não pode ignorar uma matéria que, caso se confirme, merece toda a nossa condenação", disse.

Questionado se não houve uma diferença de tratamento entre estas notícias e outras relativas ao presidente do PSD, Miranda Sarmento frisou que "aqui há um ponto político de saber se há uma combinação entre dois partidos, diferente de matérias puramente judiciais".

Já sobre as condições políticas de Carlos Eduardo Reis para se manter como deputado, Miranda Sarmento começou por remeter essa decisão para o próprio.

"Entendo que o deputado terá que avaliar se tem condições, mas a regra tem sido a questão de ser arguido e de facto ele não é arguido. (...) Não há razão nenhuma para que o deputado tome qualquer decisão sobre o seu mandato, considerou.

O nome do atual deputado Carlos Eduardo Reis é citado na reportagem por alegadamente ter havido favorecimento a uma empresa que detinha na altura para a construção de um campo desportivo. À TVI/CNN, o deputado nega relação com alegado esquema de corrupção na Câmara de Lisboa: "Nunca corrompi ninguém", referiu.

A reportagem refere ter tido "acesso a centenas de escutas telefónicas e trocas de emails" e também a "conclusões do Ministério Público" no âmbito da Operação Tutti Frutti, tendo sido divulgadas algumas que se centram em comunicações do ex-deputado do PSD Sérgio Azevedo com outros sociais-democratas.

De acordou com a TVI/CNN, do lado dos socialistas, estão envolvidos neste processo Fernando Medina, atual ministro das Finanças, então presidente da Câmara Municipal de Lisboa e recandidato ao cargo, e Duarte Cordeiro, atual ministro do Ambiente. Ambos declararam que são falsas as suspeitas que lhes são imputadas nesta reportagem.

Além do alegado "pacto secreto", segundo a TVI/CNN Fernando Medina é apontado como suspeito de ter permitido uma isenção de IMI a pedido do então presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e de ter contratado um assessor pago pela Câmara Municipal de Lisboa para o ajudar em comentários feitos a título pessoal.

Leia Também: Tutti Frutti? Não serei "idiota útil" para "derrubar ministros"

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