Costa mantém "toda a confiança política" em Medina e Cordeiro

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje manter "toda a confiança política" nos ministros das Finanças e do Ambiente, depois de o líder do Chega o ter desafiado a demitir Fernando Medina e Duarte Cordeiro "ainda hoje".

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Lusa
24/05/2023 16:16 ‧ 24/05/2023 por Lusa

Política

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"Obviamente, mantenho toda a confiança política e tenho a maior consideração pela idoneidade do doutor Fernando Medina e do doutor Duarte Cordeiro", afirmou o primeiro-ministro durante o debate sobre política geral que decorre na Assembleia da República.

António Costa respondia a André Ventura, que lhe perguntou se "mantém a confiança e se acha que têm idoneidade para as funções o seu ministro das Finanças, Fernando Medina, e o seu ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro".

O presidente do Chega deixou ainda um desafio: "é demitir estes dois ministros ainda hoje".

Na sua intervenção na primeira ronda do debate, Ventura afirmou que "o Governo atola-se em casos e casinhos que todos os dias desprestigiam as instituições, colocam em causa a justiça e colocam em causa a democracia".

"A justiça considera dois ministros do seu Governo suspeitos", disse ainda o líder do Chega.

Na resposta, o primeiro-ministro disse que "não há debate em que o senhor deputado [André Ventura] não peça a demissão de um membro do Governo".

"Por si todos os membros do governo já estavam demitidos. O que aliás muito nos honra da sua parte", apontou.

No que respeita à reportagem da TVI/CNN, o chefe do Governo indicou ter visto "lá citada" uma gravação de uma conversa telefónica de André Ventura com a pessoa que, segundo a estação de televisão, "era o articulador de uma rede de corrupção", comentando de seguida: "se calhar o senhor deputado tem mais a contar-nos do que eu".

Ventura retorquiu que "em nenhum momento" foi "citado como suspeito desta operação, e essa é uma grande diferença neste caso".

"Também não pode falar muito, porque foi precisamente neste caso que quando foram à Câmara de Lisboa encontraram documentos relacionados consigo e com a sua atividade na contratação de Joaquim Mourão. Talvez tenha mais a esclarecer ao país do que eu", disse.

Mais à frente, o primeiro-ministro disse que, tendo sido presidente da Câmara de Lisboa durante oito anos, há "muitos documentos" assinados por si naquela autarquia e desafiou Ventura a comunicar à justiça caso saiba "alguma coisa" irregular a seu respeito.

Costa deixou uma garantia: "Todos os dias me deito, todos os dias me levanto com a minha consciência muito tranquila, muito tranquila".

Em causa está uma reportagem emitida na terça-feira à noite pela TVI/CNN Portugal, no âmbito da Operação Tutti Frutti, na qual são citados os ministros Fernando Medina e Duarte Cordeiro.

A reportagem da TVI/CNN denuncia uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.

De acordo com aquelas televisões, que citam uma investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, Medina é suspeito em processos que remontam ao tempo em que era presidente da Câmara de Lisboa, incluindo o caso 'Tutti Frutti'. Em causa estão alegados crimes de corrupção, abuso de poder e uso ilícito de cargo político, entre outros.

A notícia adianta ainda que há dezenas de escutas e centenas de e-mails que envolvem não só o atual ministro das Finanças, mas também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, na altura número dois de Medina na câmara de Lisboa.

[Notícia atualizada às 17h14]

Leia Também: Costa não vê qualquer tipo de ilegalidade na atuação do SIS

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