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"Os que perdem memória não são capazes de construir o futuro"

O líder histórico dos socialistas espanhóis, Felipe González, juntou-se hoje em Lisboa às comemorações dos 50 anos do PS com uma intervenção em que defendeu a importância da memória na política.

"Os que perdem memória não são capazes de construir o futuro"
Notícias ao Minuto

22:55 - 19/04/23 por Lusa

Política PS

"Comemorar é trazer à memória. Asseguro-vos que os que perdem a memória do lugar de onde vêm não são capazes de construir o futuro. O que nos dá identidade é a memória. O que nos dá identidade é ser leais à memória, nos acertos e também nos erros", afirmou Felipe González, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.

Convidado para ser um dos oradores do jantar comemorativo do 50.º aniversário do PS, o antigo presidente do Governo de Espanha recordou emocionado o caminho partilhado por socialistas espanhóis e portugueses e o papel de Mário Soares na construção da democracia em Portugal.

"Quando todo o mundo ou quase todo o mundo tinha baixado os braços porque pensavam que não havia conserto e que ia voltar o autoritarismo depois da Revolução dos Cravos, houve um ser humano que saiu à rua e deu a volta a Portugal, dizendo: isso não vamos tolerar", referiu.

Felipe González elogiou "essa coragem cívica, essa convicção democrática, de uma democracia pluralista, de uma democracia respeitadora do Estado de direito, defensora dos direitos humanos" e acrescentou que é preciso manter "essa firme convicção".

"Quando se perde isso, é preciso que repetir o ciclo histórico: defender a democracia quando se perde, em vez de a defender quando se tem", alertou.

O antigo secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) prestou "homenagem a este Governo, ao Governo atual" de Portugal, chefiado por António Costa, considerando "que é leal a estes princípios, os fundamentos da convivência, e que prossegue na luta".

Na sua intervenção, feita em castelhano, González apontou as desigualdades de rendimentos como um desafio que permanece, "com novos e diferentes obstáculos", e que tem de ser continuar a combatido com "ferramentas novas".

No fim, fez uma referência à guerra na Ucrânia, sustentando que tratá-la como um conflito mundial "irrita todos os que viveram guerras munidas", mas que não se pode tolerar a agressão da Rússia.

"Se toleramos o que se está a passar sem solidariedade para com a Ucrânia, ter-se-ão quebrado todas as regras do jogo, ter-se-á quebrado a construção soberana da independência do país. Portanto, temos de ser solidários com a Ucrânia", apelou, acrescentando que "ser solidários tem um custo, não é grátis".

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