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"Se vivêssemos tempos normais, Governo tinha sido demitido esta semana"

Episódios atuais são "tão ou mais graves" que os que levaram à dissolução do Governo de Pedro Santana Lopes em 2004, pelas mãos de Jorge Sampaio, considerou Luís Marques Mendes.

"Se vivêssemos tempos normais, Governo tinha sido demitido esta semana"
Notícias ao Minuto

22:33 - 09/04/23 por José Miguel Pires

Política Marques Mendes

No seu espaço habitual de comentário político, neste domingo, Luís Marques Mendes comentou as várias polémicas em torno da TAP, focando-se principalmente na possível reação de Marcelo Rebelo de Sousa à situação.

"É expectável que, mais dia menos dia, o Presidente da República tenha uma palavra sobre este assunto. Toda a gente espera e deseja isso", disse, considerando: "Se vivêssemos tempos normais, em função de toda a degradação que tem existido, e daquilo que se soube na comissão parlamentar de inquérito, o Governo tinha sido demitido esta semana e estaríamos a caminho de uma dissolução."

Porque estes episódios são "tão ou mais graves" que os que levaram à dissolução do Governo de Pedro Santana Lopes em 2004, pelas mãos de Jorge Sampaio.

"O problema é que não vivemos em tempos normais", porque "vivemos numa crise económica série, numa crise social ainda mais séria e grave", bem como "uma crise internacional" à qual "acresce um panorama de incerteza enorme".

Alguma coisa tem de ser dita e feita para alterar esta situação de degradação a um ritmo acelerado. Tem de ser mostrado um cartão amarelo ao Governo

Crises às quais acrescentar uma crise política "podia ser pior a emenda que o soneto", com "efeitos contraproducentes", considerou Marques Mendes.

"Vivemos, em certa medida, num impasse, porque há uma maioria absoluta eleita há um ano, o líder da oposição não tem um ano de mandato e, havendo eleições, porventura entrava-se num pântano sem um Governo credível e insustentável", continuou, alertando: "Alguma coisa tem de ser dita e feita para alterar esta situação de degradação a um ritmo acelerado. Tem de ser mostrado um cartão amarelo ao Governo."

O antigo líder do PSD considerou, no entanto, que, até 2024, uma dissolução do Governo se pode tornar "inevitável".

Silêncio "comprometedor"

Para Marques Mendes, o silêncio do primeiro-ministro sobre o assunto é um silêncio "muito comprometedor". "Tem a obrigação de dar um esclarecimento. Pelo menos devia vir a público dizer duas coisas. Uma, que não se revê nem pactua com este tipo de atos. Segundo, devia acrescentar que vai tomar medidas para que estas situações não se repitam. Porque, se não, fica a suspeita", alertou.

"O primeiro-ministro, quando as coisas correm bem, é o primeiro a aparecer. Agora, quando as coisas correm mal, também devia dar a cara", disparou ainda, acrescentando: "Se o primeiro-ministro não tem mão no seu Governo, há um problema sério aqui de liderança e de autoridade. Porque isso significa, então, que os ministros não lhe contam as coisas e, portanto, não o respeitam."

Para Marques Mendes, este é um caso que "fragiliza o Governo" e, especialmente, Fernando Medina e Pedro Nuno Santos, dois possíveis candidatos à futura liderança do PS.

O ministro das Finanças, pela forma como nomeou Alexandra Reis, que foi "uma negligência" e, por outro lado, o antigo ministro das Infraestruturas, "que até pode vir a ser eleito líder do PS", mas cuja credibilidade "ficou pelas ruas da amargura", considerou ainda Marques Mendes, afirmando que a TAP está a ser um estilo de "cemitério político".

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