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PCP questiona Governo sobre pessoas em situação de pobreza energética

O PCP questionou hoje o ministro do Ambiente sobre o que considera serem "dados preocupantes" relativos à pobreza energética em Portugal, querendo saber se há atualmente mais famílias incapazes de aquecer as suas casas do que em 2021.

PCP questiona Governo sobre pessoas em situação de pobreza energética
Notícias ao Minuto

17:18 - 26/01/23 por Lusa

Política Pobreza Energética

Numa pergunta enviada ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, através da Assembleia da República, o deputado do PCP Duarte Alves refere que, segundo a Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2021-2050, estimava-se que, em 2021, "entre 1,9 e três milhões de pessoas em Portugal se encontrariam em situação de 'pobreza energética'", das quais 660 mil a 740 mil estariam em "situação severa".

"Não será especulativo considerar que no presente a situação seja bastante pior, ou seja, haverá muitas pessoas e os agregados familiares a mudarem de escalão no sentido negativo", lê-se no documento.

Por outro lado, o PCP refere também que a estratégia em questão "teve um período de consulta pública que terminou em 17 de maio de 2021" e, deste então, encontra-se "em análise".

"Acontece que, ao mesmo tempo que esta 'Estratégia' 2021-2050 continua por implementar e 'Em análise', o Governo prepara-se para lançar um novo documento para o período 2022-2050. Ou seja, enquanto os portugueses passam frio, o Governo anuncia uma 'nova estratégia'", indicam.

Perante estas situações, o PCP questiona Duarte Cordeiro se, quando comparado com os dados que constam na estratégia 2021-2050, "há hoje mais ou menos famílias em situação de incapacidade de aquecer de forma adequada a sua habitação".

Por outro lado, o PCP quer também saber o motivo que leva o Governo a manter a estratégia 2021-2050 "em análise, uma vez que o período terminou em maio de 2021" e também "porque não avança com medidas concretas no âmbito dos princípios orientadores aí presentes".

"O que justifica que, enquanto a Estratégia 2021-2050 continua por implementar, o Governo avance com um novo período de consulta pública para a Estratégia 2022-2050?", questiona ainda o partido.

Neste documento, o PCP aborda também os lucros das empresas no setor energético, considerando que "o problema dos custos" das faturas de energia "está diretamente associado à privatização e liberalização deste setor estratégico".

Elencando os lucros económicos de várias empresas - como a EDP que, "só nos primeiros nove meses" de 2022, ganhou "518 milhões de euros" -, o PCP refere que é precisamente para alimentar esses lucros que "os preços [das faturas] não param de aumentar".

"A pobreza é um problema estrutural do país, inseparável das consequências da política de direita de sucessivos governos do PSD/CDS e do PS e que assenta nos baixos salários e pensões, e manifesta-se na degradação das condições de vida da população, incluindo no acesso à energia e a outros bens essenciais", refere.

O PCP considera que, "perante estes problemas, não basta a promoção das chamadas tarifas sociais", mas exigem-se "respostas de fundo", como "o controlo de preços de bens essenciais" ou o "controlo público sobre o setor energético".

Nesse sentido, o partido questiona também Duarte Cordeiro se considera que são necessárias "medidas mais robustas para assegurar a redução do preço da energia, designadamente utilizando os instrumentos legais que permitem ao Governo intervir sobre as margens especulativas dos grupos económicos do setor da energia".

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