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FPF? "Tem sido uma vergonha. Não abre a boca para manifestar desconforto"

Pedro Delgado Alves foi um dos quatro socialistas que votaram contra a ida do Presidente da República ao Qatar. No programa 'Linhas Vermelhas', criticou não só o silêncio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), como também a FIFA, que considerou ser o "vilão".

FPF? "Tem sido uma vergonha. Não abre a boca para manifestar desconforto"
Notícias ao Minuto

11:00 - 24/11/22 por Teresa Banha

Política Qatar

O socialista Pedro Delgado Alves criticou, na quarta-feira, a falta de posicionamento da Federação Portuguesa de Futebol em relação às polémicas que têm envolvido o Mundial'2022. "A nossa tem sido uma vergonha. Não abre a boca uma única vez para manifestar desconforto com o que quer que seja", lembrou o deputado - que foi um dos quatro parlamentares da bancada socialista -a  par de Alexandra Leitão, Isabel Moreira e Carla Miranda - que votaram contra a ida do Presidente da República ao país para assistir ao primeiro jogo da seleção nacional.

No seu espaço habitual no programa 'Linha Vermelhas', na SIC Notícias, o comentador considerou "chocante" a ideia de que toda a equipa envolvida pode jogar estando em silêncio em relação a esta polémica.

"A ideia de que um conjunto de 23 jogadores - e equipa técnica - pode aterrar num país em que sabe o que está a acontecer - em que se sabe que os estádios em que vai jogar foram erigidos com base em violações grosseiras aos direitos das pessoas - e passar a tudo isto com total indiferença é igualmente chocante", referiu, acrescentando que era a falta de sintonia - já que há outros jogadores e outros responsáveis a fazer manifestações no relvado - que motivava "muito do sentimento de especial desconforto do Qatar". 

O deputado observou ainda que esta não é a primeira vez que numa competição desportiva há a ideia de que haverá uma pausa na violação de direitos humanos, em alguns casos, ou uma abertura de pensamento em alguns países.

"Há em todos eles uma altura em que se invoca - de forma sonsa - a ideia de que 'este vai ser um momento em que se vai permitir uma suspensão da repressão e aquilo até vai ser um momento de respiração destes regimes, isto até vai ter um efeito redentor'", ironizou.

Delgado Alves sublinhou, no entanto, que até em comparação com a Rússia, que organizou o último Mundial, em 2018, existem diferenças, já que "o Qatar está a reverter tudo o que disse que faria", nomeadamente, em proibir manifestações de adeptos no exterior dos estádios. "Leia-se: o uso dos direitos fundamentais e o uso de braçadeiras ou camisolas", acentuou.

O comentador finalizou ainda a sua opinião quanto a este assunto, deixando a descoberto que não acreditava que esta polémica ficasse por aqui e que episódios como os que se têm vindo a passar podem ser observados "nas próximas semanas". "Situações em que vão confrontar a FIFA, que é de facto o vilão, com as suas condições", rematou.

Leia Também: "Transformar Mundial em questão política é erro e nós pusemo-nos a jeito"

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