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PS pede esclarecimentos sobre atuação "duvidosa" da Câmara de Lisboa

O PS na Assembleia Municipal de Lisboa exigiu hoje "esclarecimentos urgentes" sobre a atuação da câmara, presidida por Carlos Moedas (PSD), em duas situações que considera de "legalidade bastante duvidosa".

PS pede esclarecimentos sobre atuação "duvidosa" da Câmara de Lisboa
Notícias ao Minuto

18:45 - 19/11/22 por Lusa

Política PS

Em causa está, segundo o partido, um ajuste direto que "envolve o pagamento 'à posteriori'" da utilização do pavilhão da FIL para funcionamento de um centro de vacinação à covid-19 e a utilização de "meios da autarquia para um jantar de âmbito partidário".

Em comunicado, o grupo municipal socialista acusa a câmara de revelar "uma atuação contrária aos princípios que vêm sendo anunciados pelo próprio presidente da autarquia".

"Além do mais, uma vez que está também em causa a utilização de recursos públicos, a sua utilização deve ser feita de acordo com as regras da contratação pública e também de acordo com a ética subjacente ao exercício de cargos públicos", lê-se na mesma nota.

O jornal Expresso noticiou na sexta-feira que o contrato entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação AIP é "ilegal", uma vez que, segundo as regras da contratação pública, o procedimento de ajuste direto não pode ser aplicado depois de prestado o serviço, sendo que este procedimento foi assinado "passados quatro meses sobre o encerramento dos trabalhos".

Em causa está um contrato, por ajuste direto, em que a autarquia adjudicou à Fundação AIP a "aquisição de serviços no âmbito do plano de vacinação contra a covid-19", com o preço contratual de 418.489 euros, ao qual acresce o IVA à taxa normal de 23%, perfazendo um total de 514.741 euros, com um prazo de execução de 96 dias, de acordo com a informação publicada em 25 de julho deste ano no Portal Base.

No seu comunicado, o PS lembra que, aquando da inauguração do centro de vacinação, "o presidente da câmara anunciou que a cedência do mesmo seria gratuita".

Em resposta à Lusa na sexta-feira, a autarquia esclareceu que a disponibilidade da Fundação AIP para a instalação do centro de vacinação contra a covid-19 nos pavilhões da FIL "incidiu sobre os custos da disponibilização do local (aluguer) e não sobre um conjunto de custos e serviços indiretos que são/foram imprescindíveis para a utilização do espaço", como consumos de água, eletricidade, serviços de segurança e limpeza, montagens e desmontagens, entre outros.

Para desonerar a Fundação AIP dos "custos indiretos" que suportou com o funcionamento do centro de vacinação, entre dezembro de 2021 e março deste ano, "foi promovido o referido procedimento de contratação pública que veio a ser considerado inadequado para a regularização desses custos", informou a CML.

O PS na Assembleia Municipal de Lisboa criticou ainda a organização de um jantar "com meios da autarquia" para Isabel Díaz Ayuso, presidente da Comunidade Autónoma de Madrid e uma das figuras do PP, em julho, e para o qual terão sido convidadas figuras da direita portuguesa.

Segundo escreveu hoje o Novo Semanário, os vereadores da oposição não tiveram conhecimento do evento. Citada pelo jornal, a autarquia assumiu que o evento "foi organizado pela CML, como acontece com tantas outras receções".

Sobre estes dois assuntos, o grupo municipal do PS anunciou a apresentação de um requerimento a solicitar explicações da câmara para duas matérias que considera de "legalidade bastante duvidosa".

Os socialistas vão ainda pedir uma "reunião urgente" da Comissão de Direitos Humanos e Sociais, Cidadania e Transparência e Combate à Corrupção da AML, "no sentido de serem prestados os esclarecimentos necessários e serem ouvidos os intervenientes".

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