Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foi o convidado do programa 'Grande Entrevista', da RTP3, conduzido pelo jornalista Vítor Gonçalves. Nesta conversa, o autarca - que assumiu a capital há quase um ano "de grandes dificuldades e decisões" - versou sobre diversos temas, entre eles a inflação, a habitação municipal - "sendo o maior senhorio do país, queria dar o exemplo" - o novo aeroporto e até o futuro. 

"Eu não prescindo de um lugar à mesa". Há mais de 50 anos que o novo aeroporto internacional de Lisboa é um tema em cima da mesa e, no programa, Carlos Moedas fez questão de assumir que considera "normal" que haja discussões entre o primeiro-ministro, António Costa, e o líder da oposição, Luís Montenegro acerca deste. "Agora há uma coisa que é clara: o presidente da Câmara de Lisboa representa os lisboetas e não prescinde de um lugar à mesa". 

"Penso que é normal que, neste momento, esta discussão esteja a ser tida entre o primeiro-ministro e o líder da oposição; penso que, neste momento, o Governo tem todas as condições para lançar o estudo, a avaliação ambiental estratégica, e olhar para as várias soluções", avançou, considerando que, "em 2023, nós não podemos continuar a não ter decisão". 

Para Moedas, há três questões "essenciais". "Temos de ter um novo aeroporto e rapidamente", começou por vincar, declarando que se trata de um "aeroporto internacional de Lisboa, portanto, tem de ser um aeroporto que está numa distância razoável" da cidade. Por fim, o autarca considerou que o aeroporto Humberto Delgado "ainda vai ter de durar muito", havendo a necessidade de "investir" neste. 

A vida tem sido difícil? Há um "bloqueio constante da oposição" 

Pegando no tema da ciclovia da Avenida Almirante Reis, Carlos Moedas explicou que "o bloqueio constante da oposição faz com que tenha de fazer escolhas", de modo a não criar mais "fricção". 

"É natural que tenha havido, de certa forma, ao princípio, uma não aceitação. É pena, mas percebo que para o PS tem sido terrível. O PS tinha quase há 14 anos [a Câmara], é duro conseguir ultrapassar isso", frisou o autarca, acrescentando que, agora, se estão a "estabelecer laços" para os anos "que aí vêm". 

"A ideia que havia", sublinhou ainda, "é que o Carlos Moedas está aqui de passagem". E reiterou: "Não, não. O Carlos Moedas não está aqui de passagem. O Carlos Moedas está aqui para cumprir um grande mandato como presidente da Câmara, ter realmente a capacidade de fazer e... não se atravessem à minha frente, porque eu vou para a frente". 

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