"Orgulhosos". Os elogios a Santos Silva no braço-de-ferro contra o Chega

O presidente da Assembleia da República criticou André Ventura, depois de o deputado atacar as leis de imigração, que considera demasiado permissivas.

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Tomásia Sousa
22/07/2022 13:00 ‧ 22/07/2022 por Tomásia Sousa

Política

Parlamento

O conflito entre o Chega, particularmente entre André Ventura, e o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, subiu esta quinta-feira de tom, causando surpresa e estupefação entre os deputados (e não só).

A polémica aconteceu no dia em que estava a ser debatida a proposta de lei do Governo que previa a alteração do regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional.

Os deputados do Chega abandonaram o hemiciclo depois de o presidente da Assembleia da República ter reagido a uma intervenção de André Ventura contra os estrangeiros e os imigrantes.

Nas redes sociais, várias figuras políticas reagiram ao sucedido. Depois da deputada Isabel Moreira ter defendido Santos Silva, sublinhando que "a Constituição tomou partido em relação à xenofobia", outras opiniões na mesma linha se seguiram.

A secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, parabenizou Augusto Santos Silva pelo "saber", "tranquilidade" e "firmeza" perante a "aberração".

"Uma postura que só nos pode deixar honrados e orgulhosos!", frisou a governante.

 

O socialista Porfírio Silva defendeu que o presidente da Assembleia da República "não pode calar-se quando o protofascista insulta as pessoas" que trabalham em Portugal e contribuem para o desenvolvimento do país.

Ana Gomes questionou quando irá a Procuradora-geral da República pedir ao Tribunal Constitucional para aplicar a Constituição e rever a "vergonhosa legalização de um partido racista, xenófobo e fascista".

O jornalista e comentador Daniel Oliveira reagiu defendendo a mesma ideia: que a Constituição não é neutra "perante a xenofobia e o racismo".

O argumentista e humorista João Quadros comentou o episódio com humor, comparando os deputados a uma equipa que sai do estádio quando está a perder por 3 golos e "ainda faltam 20 minutos para o fim do jogo".

Na tarde de quinta-feira, os 12 deputados da bancada do Chega abandonaram o plenário depois de acusarem o presidente da Assembleia da República de não ser imparcial no exercício das suas funções.

A reprimenda de Santos Silva, que interveio para destacar o papel dos imigrantes em Portugal, foi aplaudida por todas as bancadas, mas não agradou a Ventura, que defendeu que o socialista devia ter passado a palavra ao partido seguinte, ao invés de fazer um comentário sobre o projeto de lei apresentado.

"Há uma maioria absoluta e há um presidente da Assembleia da República que está refém dessa maioria absoluta", afirmou o líder do Chega mais tarde, acusando Santos Silva de 'seguir ordens' do Partido Socialista.

Já o presidente da Assembleia explicou, em entrevista à noite à RTP2, que qualquer intervenção no parlamento "pode motivar outras intervenções, críticas, protestos, defesas da honra e outras figuras regimentais que servem para criticar tudo o que do ponto de vista de um deputado ou deputada mereça crítica".

Leia Também: Santos Silva quer travar "discurso de ódio" na AR. E "não rejeita" Belém

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