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"Será que o Chega não sabe que os homens fazem parte da reprodução?"

Catarina Martins respondeu a Pedro Frazão, do Chega, no debate da Assembleia da República, na quarta-feira. "Na verdade, há um estudo que nos diz que 60% dos rapazes em Portugal têm muitas dúvidas. Eu julgo que a percentagem é maior naquela bancada", atirou a coordenadora do Bloco de Esquerda.

"Será que o Chega não sabe que os homens fazem parte da reprodução?"
Notícias ao Minuto

09:36 - 09/06/22 por Notícias ao Minuto

Política Catarina Martins

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, recorreu, esta quarta-feira, às redes sociais, para partilhar e comentar um momento ocorrido durante a discussão na Assembleia da República. Num debate em que os partidos concordaram que todas as pessoas em idade fértil deveriam ser envolvidas na intervenção em planeamento familiar, a exceção foi o Chega

"Os deputados do Chega faltaram às aulas de educação sexual….", começou por considerar a responsável do BE, no Facebook, acrescentando: "No debate de hoje, todos os partidos concordaram que a intervenção em planeamento familiar e o combate às doenças sexualmente transmissíveis deve ser dirigida a todas as pessoas em idade fértil ou sexualmente ativas. Exceto o Chega, que afirmou que incluir os homens é negar a biologia!"

Já no vídeo que acompanha a publicação, é possível ouvir Catarina Martins a considerar que "houve apenas aqui [no Parlamento], uma intervenção um pouco estranha, que foi a intervenção do Chega". 

E continuou: "Se eu bem percebi a intervenção do senhor deputado do Chega, nem lhe passa pela cabeça que um homem seja chamado a conversar com um médico sobre planeamento familiar, ou sobre saúde sexual e infeções sexualmente transmissíveis". 

Considerando tal posição (ironicamente) como "extraordinária", a coordenadora do Bloco de Esquerda prosseguiu, afirmando que "estava a ouvir a intervenção e a pensar: mas será que o senhor deputado do Chega não sabe que os homens se reproduzem, também fazem parte da reprodução?"

"Na verdade, há um estudo que nos diz que 60% dos rapazes em Portugal têm muitas dúvidas. Eu julgo que a percentagem é maior naquela bancada e é, por isso, também, que o acesso a consultas de saúde sexual e reprodutiva para homens e mulheres neste país é tão importante", atirou ainda. 

Em causa, esteve a intervenção de Pedro Frazão, do Chega, - que pode ver abaixo - onde o parlamentar, entre outros argumentos, questiona qual é a "razão científica ou médica para querer mudar o termo de 'mulher em idade fértil' para 'pessoa em idade fértil' quando falamos em consultas de planeamento de gravidez ou de saúde em ginecologia". "Útero, ovários e trompas de falópio são órgãos femininos e, se têm dúvidas, devem voltar ao sexto ano de escolaridade", asseverou.

"A seguir, vão querer meter os homens em consultas de ginecologia ou mulheres em consultas de urologia? Tenham juízo, senhores deputados. Querem à força que os homens engravidem ou que os homens abortem? Não podem vir aqui propor consultas de planeamento familiar da mulher para que passem a ser de pessoas em idade fértil. Isto é completamente anticientífico", afirmou ainda o 'vice' do partido. 

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