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Austeridade? "Se a Direita o disser muitas vezes talvez cause pânico"

Numa série de publicações, Isabel Moreira elencou várias medidas contempladas no OE2022, ironizando tratarem-se de "austeridade".

Austeridade? "Se a Direita o disser muitas vezes talvez cause pânico"
Notícias ao Minuto

23:59 - 28/04/22 por Daniela Filipe

Política Isabel Moreira

Isabel Moreira, deputada pelo Partido Socialista (PS) na Assembleia da República, ecoou as palavras do primeiro-ministro, António Costa, acusando os partidos de Direita de terem descoberto que, se ‘colarem’ a palavra ‘austeridade’ à proposta de Orçamento de Estado para 2022 (OE2022) "muitas vezes, talvez causem pânico em casa".

A parlamentar usou, para isso, várias medidas contempladas no documento orçamental, ironizando as críticas de que a proposta trará austeridade ao país.

"Agora a Direita que fez da austeridade política tão para além da troika, que parte dela foi anulada pelo Tribunal Constitucional, descobriu que se disser do Orçamento de Estado ‘austeridade’ muitas vezes talvez cause pânico em casa", atirou a socialista, na rede social Twitter, numa farpa dirigida às críticas apontadas por parte de vários partidos quanto ao novo documento orçamental para 2022.

A parlamentar apontou ainda que "já ninguém faz perguntas ao Governo sobre contas certas", lançando que "o PS ser o partido das contas certas passou a facto. Nem uma palavra. Património".

Numa série de publicações, Isabel Moreira elencou várias medidas contempladas no OE2022, ironizando que o "apoio às empresas, fim do pagamento especial por conta, alívio da tesouraria das PME’s, [e o] incentivo fiscal à recuperação", assim como o "aumento extraordinário das pensões, com efeitos retroativos a 1 de janeiro", são medidas de "austeridade".

"Desdobramento dos escalões do IRS, reduzindo os impostos sobre a classe média e, com o aumento do mínimo de existência, isenção do pagamento de IRS de mais de 170 mil famílias com menores rendimentos. #austeridade", lê-se noutra publicação.

Austeridade é argumento de "peso da consciência"

Também o primeiro-ministro, António Costa, acusou os partidos da oposição de pretenderem dinamitar a credibilidade internacional económica e financeira do país, recusando que exista austeridade e insistindo na tese de que sem contas certas não há confiança no futuro, durante o seu discurso de abertura do debate parlamentar da proposta de Orçamento para 2022.

"Tenho ouvido o que dizem as oposições. Quase todos nos pedem que dinamitemos a credibilidade internacional recuperada ao longo dos últimos seis anos, ignorando a estabilidade orçamental e, a alguns, ouço falar - pasme-se - em austeridade", disse, largando farpas sobretudo ao PSD.

"Austeridade? Só o peso da consciência de quem infligiu ao povo português cortes que nenhuma família esquece poderá justificar o argumento de austeridade", apontou.

Em tom jocoso, Costa argumentou ainda que se houvesse austeridade na proposta apresentada pelo Governo, sociais-democratas e liberais teriam votado favoravelmente e "aplaudido em aclamação".

Recorde-se que, antes do debate desta quinta-feira, o Bloco de Esquerda (BE), o PCP, o Iniciativa Liberal (IL) e o Chega avançaram a sua intenção de votar contra a nova proposta orçamental para 2022. Também o líder do PSD, Rui Rio, revelou que irá votar contra o documento, por considerar que o PS está a fugir ao prometido na campanha eleitoral.

O debate na generalidade decorreu na tarde desta quinta-feira, dia 28 de abril, prosseguindo amanhã, dia 29, durante todo o dia. Culminará, depois, com a votação na generalidade do documento. A apreciação em comissão na especialidade começa a 2 de maio, com as audições dos vários ministros e de outras entidades, e o prazo limite para a apresentação de propostas de alteração é 13 de maio às 18h00.

A discussão do documento na especialidade em plenário arranca a 23 de maio, estendendo-se por toda a semana - com debate de manhã e votações à tarde, como habitualmente. A votação final global ficou agendada para 27 de maio, véspera das eleições diretas do PSD, em que vai ser escolhido o sucessor do atual presidente, Rui Rio. O calendário prevê ainda que a redação final do documento esteja fixada a 15 de junho.

Leia Também: OE2022? "Resposta dos portugueses foi absolutamente esclarecedora"

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