Luís Marques Mendes deu início ao seu debate semanal na SIC referindo-se ao primeiro debate do novo Governo de António Costa, após a tomada de posse, e em que foi apresentado o Programa do XXIII Governo Constitucional.
O social-democrata começou por elogiar a postura do primeiro-ministro que se mostrou "solto e confiante". Algo que se deve também ao "demérito da Oposição que está numa fase ainda muito difícil", considerou, referindo que a Iniciativa Liberal foi a única excepção, enquanto o PSD "está numa fase em que não existe".
Em relação às propostas apresentadas pelo Governo, Marques Mendes quis distinguir duas situações diferentes. A primeira, refere-se “às medidas de emergência que o primeiro-ministro apresentou para combater a subida de preços quer na alimentação como na energia. Globalmente são medidas positivas e necessárias”, elogiou o comentador, defendendo ainda que “era preciso atuar de forma concertada”
“O que Costa apresentou vai numa boa direção: apoio a empresas e famílias mais pobres”, atirou.
Por outro lado, contudo, as medidas “são insuficientes”. Segundo Marques Mendes, “com os problemas que temos aí com subida de preços e falta de matérias-primas, muitas empresas não vão estar disponíveis para muitos concursos e vai ser preciso cumprir o PRR até 2026. Ou Bruxelas alarga os prazos ou Portugal e outros países vão perder dinheiro", considerou.
Ainda sobre a análise ao Governo, o também político apontou críticas ao novo ministro da Economia, António Costa Silva, a quem acusa de ter tido um “exercício de incoerência”.
“Anunciou a hipótese de um novo imposto sobre as empresas. Mas em 2018 tinha dito o oposto", lembrou, referindo-se a uma entrevista ao jornal Público, em 2018, em que o atual ministro afirmou que "uma política que hostiliza as empresas e o lucro não cria condições amigas do investimentos e do desenvolvimento do país"
"Também demonstrou ideia de impreparação porque dá uma ideia mas não sabe ainda como aplicá-la. Não foi feliz mas ainda está a tempo de repensar”, atira o comentador.
Por fim, quando questionado, sobre o facto de António Costa ter respondido a Marcelo, sobre um eventual abandono do executivo antes do fim do seu mandato, Marques Mendes considerou que o primeiro-ministro esteve bem em dar garantias de que se mantém no cargo até ao fim. Porém, está certo de que "o assunto não está arrumado. Acho que vai voltar a ser falado em 2024", concluiu.
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