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PS acusa Rio de ceder ao populismo por "negociar em direto" com Ventura

O secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, acusou hoje Rui Rio de ceder ao populismo ao "negociar em direto e ao vivo" com o líder do partido Chega, André Ventura, admitindo até "ceder na proibição da prisão perpétua".

PS acusa Rio de ceder ao populismo por "negociar em direto" com Ventura
Notícias ao Minuto

23:12 - 03/01/22 por Lusa

Política Legislativas

"Hoje o doutor Rui Rio cedeu ao populismo e atravessou uma fronteira daquilo que é aceitável, em face dos nossos valores constitucionais. Nos Açores fizeram-no às escondidas, hoje foi às claras... Não pode dar o dito por não dito", afirmou à agência Lusa José Luís Carneiro.

De acordo com o secretário-geral adjunto do PS, Rui Rio "ultrapassou todos os limites dos fundamentos dos valores constitucionais" de Portugal.

"O doutor Rui Rio esteve hoje a negociar em direto e ao vivo com o doutor André Ventura e admitiu ceder numa matéria tão sensível como a prisão perpétua. [...] Para quem vê e para quem ouve, custa a acreditar, mas depois de vermos e de ouvirmos não podemos ignorar", apontou.

José Luís Carneiro lembrou ainda que Rui Rio, há dias, tentou "estabelecer uma fronteira de higiene democrática, dizendo que não teria aproximações ao Chega".

O presidente do PSD rejeitou hoje qualquer coligação de Governo com o Chega, que considerou "um partido instável", com André Ventura a dizer estar disponível para "conversar" para afastar António Costa, embora insistindo numa presença no executivo.

O debate entre Rui Rio e André Ventura, transmitido na SIC, ficou hoje dominado pelos cenários de governabilidade após as eleições de 30 de janeiro, com o líder do Chega a acusar o presidente do PSD de querer ser "o vice-primeiro-ministro de António Costa".

No debate, Rio admitiu que se o Chega tiver uma votação "muito elevada" tal vai dificultar uma substituição de António Costa no poder, apelando ao voto "útil e razoável" no PSD.

"Eu não quero ir para o poder a qualquer preço", assegurou Rio, dizendo ser "impossível" uma coligação de Governo com o Chega, uma vez que os dois partidos têm "divergências de fundo".

O líder do PSD acusou André Ventura de ser "contra o regime" e de "não ter mão" no Chega, que classificou como um partido "instável", citando o exemplo do acordo nos Açores, que já esteve em risco.

Questionado se prefere entregar o poder ao PS a fazer um entendimento com o Chega, Rio contrapôs com um desafio a André Ventura.

"Se o PSD apresentar um programa de Governo na Assembleia da República - não é votado, mas podem meter uma moção de censura - aí naturalmente o dr. André Ventura tem de decidir se quer chumbar o Governo do PSD e abrir portas à esquerda", afirmou.

Confrontado com esta questão, o líder do Chega reiterou as suas condições para essa viabilização: "O Chega só aceita um Governo de direita em que possa fazer transformações e isso implica presença no Governo", disse.

Ainda assim, André Ventura reiterou que "tudo fará" para afastar António Costa do poder e manifestou-se disponível para o diálogo com Rui Rio no pós-eleições.

"Ninguém vota no Chega para ser muleta do PSD, para nós é preciso conversar para haver um Governo que afaste António Costa, o Chega está disponível para conversar no pós 30 de janeiro", assegurou.

Ventura desafiou, por várias vezes ao longo do debate, Rio a dizer em que matérias é que o Chega seria tão radical e distante do PSD, dando exemplos em áreas como a redução de deputados, a "subsidiodependência" ou até a prisão perpétua que o partido defende para certo tipo de crimes.

Neste último ponto, Rui Rio fez questão de separar os vários regimes de prisão perpétua que existem - citando o exemplo da Alemanha em que este tipo de pena é revisto ao fim de 15 anos sob forma de liberdade condicional - e afastando-se daqueles em que alguém pode ser preso por toda a vida.

"Se estamos a falar na prisão perpétua ponto final paragrafo, isso nós somos contra", disse.

Leia Também: Rio nega aliar-se ao Chega: "Não quero ir para o poder a qualquer preço"

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