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2022? A prova de Costa e Rio, os desafios de PCP e BE e a incerteza

A antecipação das eleições baralhou os planos partidários e vai testar, em 2022, a governação de António Costa, a oposição de Rui Rio, os antigos parceiros de geringonça e os novos partidos, somando-se dúvidas sobre governabilidade à incerteza dos resultados.

2022? A prova de Costa e Rio, os desafios de PCP e BE e a incerteza
Notícias ao Minuto

09:36 - 21/12/21 por Lusa

Política 2022

Com o chumbo do Orçamento do Estado para 2022, abriu-se uma crise política e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro do próximo ano, daqui a pouco mais de um mês.

Sem este percalço de calendário, as legislativas estavam previstas para 2023 e, por isso, os partidos políticos - e as lideranças - veem-se obrigados ir a votos bem antes do planeado.

O executivo minoritário do PS liderado por António Costa, que desde 2019 governa sem acordos, tem nas eleições de 30 de janeiro um teste à sua popularidade, numa disputa eleitoral em que é apontado por analistas e opositores políticos algum desgaste aos socialistas, também por causa de quase dois anos de pandemia de covid-19.

Para lá dos resultados de 30 de janeiro, a grande dúvida prende-se com os cenários de governabilidade e de estabilidade política, já que a crise que levou a estas eleições resultou precisamente do facto de não haver uma maioria no parlamento com capacidade para aprovar o Orçamento do Estado.

Sobre o "dia seguinte" às eleições, já muita tinta correu, mas as dúvidas permanecem, tendo no último fim de semana o secretário-geral do PS e primeiro-ministro afirmado, em Lisboa, que a "geringonça" criada em 2015 acabou em 2021, que agora a maioria de esquerda é só com o PS e que a escolha nas próximas eleições é entre ele e Rui Rio.

Precisamente o líder do PSD reeleito, a quase 300 quilómetros de distância, no congresso em Santa Maria da Feira, defendeu o PS não pode fugir a esclarecer se também estará disponível para negociar a viabilização de um governo minoritário do PSD, pedindo a António Costa "humildade democrática" e reciprocidade na disponibilidade manifestada pelos sociais-democratas.

Os avisos para os riscos do regresso de um bloco central ou para uma maioria absoluta do PS têm vindo sobretudo de BE e PCP, os antigos parceiros de Costa na "geringonça" que têm nas urnas uma difícil prova depois do chumbo do orçamento.

Com o fracassar das negociações orçamentais à esquerda e desde que o documento foi reprovado no parlamento, socialistas, bloquistas e comunistas trocaram acusações e culpas sobre este desfecho, fazendo antever que o tema regressará ao período eleitoral e dificultará futuros entendimentos.

Mas se à esquerda o desafio é grande, à direita não é menor, com Rio confortado por um congresso pacificado, mas à condição de um bom resultado eleitoral do PSD, e um CDS-PP "afogado" numa crise interna e cujas sondagens apontam um mau resultado.

Depois da fragmentação das últimas eleições legislativas e a entrada de três novos partidos no parlamento, PSD e CDS-PP estão pressionados no seu espetro eleitoral pelo crescimento da Iniciativa Liberal e do Chega, que apesar de terem chegado ao parlamento apenas em 2019, tudo aponta para um aumento de representação.

O PAN, que nas últimas legislativas passou de deputado único para grupo parlamentar e teve mudanças de liderança, também tem um desafio nestas eleições, bem como o Livre, que depois de ter ficado sem representação com a saída de Joacine Katar Moreira joga com Rui Tavares a tentativa de eleição.

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