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PSD. Costa atua como "passageiro" e não como "condutor" do Governo

O PSD acusou hoje o primeiro-ministro de atuar como um "passageiro" e não como "condutor" do Governo, considerando que Eduardo Cabrita já tinha a sua "autoridade diminuída" há muito tempo.

PSD. Costa atua como "passageiro" e não como "condutor" do Governo
Notícias ao Minuto

19:35 - 03/12/21 por Lusa

Política Cabrita/Demissão

Em declarações à Lusa na sequência da demissão do ministro da Administração Interna, o vice-presidente do PSD André Coelho Lima lamentou que Eduardo Cabrita não tenha assumido antes as "responsabilidades políticas" pelo "infeliz acidente que causou a morte de uma pessoa".

"Assumir responsabilidades políticas quanto a nós não tem a ver com o grau de culpabilidade, sobre a qual o PSD nuca especulou nem vai especular, mas com uma forma de estar na vida pública", afirmou, lamentando que ainda hoje de manhã o ministro tivesse referido ser apenas "um passageiro" no momento do acidente.

Por outro lado, o dirigente e deputado do PSD questionou se, caso o despacho do Ministério Público tivesse sido de arquivamento, já não existiriam consequências políticas, lembrando que acusação é apenas uma fase inicial do processo judicial.

Questionado sobre o facto de Eduardo Cabrita ter justificado a demissão para evitar qualquer penalização do Governo pelo que chamou de "aproveitamento político" do caso, André Coelho Lima salientou que o ministro da Administração Interna já estava com "autoridade diminuída" à frene de uma pasta essencial para a soberania do Estado, a Administração Interna.

"Vinha intervindo com a autoridade diminuída devido a sucessivos episódios, como a da gola antifumo que afinal era inflamável, os imigrantes de Odemira, os festejos do campeonato do futebol pelo Sporting", enumerou, considerando que tal sucessão "obrigava acue o primeiro-ministro tivesse intervindo apreciando criticamente a atuação deste ministro".

André Coelho Lima salientou que, mesmo hoje, foi Eduardo Cabrita que pediu a demissão, que António Costa aceitou.

"Significa que é um primeiro-ministro que analisa de forma complacente a atuação do seu Governo. O que Portugal precisa não é um primeiro-ministro que seja apenas um passageiro na nau, mas que seja condutor e que saiba conduzir o país", salientou.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, demitiu-se hoje, na sequência da acusação de homicídio por negligência do Ministério Público ao seu motorista pelo atropelamento mortal de um trabalhador da autoestrada A6, em junho deste ano.

Numa declaração aos jornalistas, em Lisboa, onde fez um balanço do seu mandato, Eduardo Cabrita referiu-se ao acidente que provocou a morte de um trabalhador na autoestrada dizendo que "mais do que ninguém" lamenta "essa trágica perda irreparável" e deixou críticas ao "aproveitamento político que foi feito de uma tragédia pessoal", algo que disse ter observado "com estupefação".

"É por isso que hoje não posso permitir que este aproveitamento político absolutamente intolerável seja utilizado no atual quadro para penalizar a ação do Governo, contra o primeiro-ministro, ou mesmo contra o PS. Por isso entendi solicitar a exoneração hoje das minhas funções de ministro da Administração Interna ao senhor primeiro-ministro", disse o ministro demissionário.

Pouco tempo depois, António Costa afirmou que aceitou a demissão de Eduardo Cabrita e anunciou que "nos próximos dias" indicará o nome do sucessor.

Leia Também: "O Eduardo é um Homem com letra maiúscula e terá sempre o meu apoio"

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