Primeiro-ministro não conta com a "subserviência" dos madeirenses
O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou hoje que o primeiro-ministro "não pode contar com subserviências" dos madeirenses, acusando António Costa de estar "numa cruzada" e "espécie de 'mescanização', aguardando reverência".
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Política Miguel Albuquerque
"O senhor primeiro-ministro, da Madeira, não pode contar com subserviências, nem nós [madeirenses] somos empregados do senhor primeiro-ministro", afirmou o governante madeirense à margem de uma visita à obra de requalificação, recentemente concluída, do centro do Estreito de Câmara de Lobos, uma empreitada da Câmara Municipal.
Referindo-se às afirmações do secretário-geral do PS e primeiro-ministro no comício da candidatura da coligação Confiança (PS/BE/MPT/PDR/PAN) à Câmara do Funchal, na segunda-feira, Miguel Albuquerque considerou que António Costa deslocou-se à Madeira para "dizer duas inverdades, com alguma euforia e alguma soberba de poder".
"O primeiro-ministro agora pensa que manda em toda a gente" e os madeirenses são "uma espécie de alunos destituídos de cérebro, que pode dar ordens em toda a gente", afirmou.
Miguel Albuquerque acrescentou que o secretário-geral do PS, "no calor do comício", assegurou que o Estado ia comparticipar em "50% na construção e equipamento do novo hospital" da Madeira.
Contudo, argumentou, "nada nos documentos aponta para isso".
"Do nosso ponto de vista, continua nos 35% [a comparticipação assumida pelo Estado neste projeto)", reforçou, enfatizando que está previsto o " desconto do património que pertence a todos os madeirenses" e que "nada foi feito, nem deliberado em Conselho de Ministros, nem na Assembleia da República" relacionado com esta posição divulgada pelo primeiro-ministro.
Miguel Albuquerque também comentou a "questão das facadas e essas tretas todas" falada por António Costa, ironizando que, "em primeiro lugar, se for para dar facadas só pela frente, em termos metafóricos".
O presidente do Governo Regional disse ainda não ser obrigado a "ter sorrisos, nem relacionamentos emocionais com o Governo da República", mas, apenas, "no quadro da dialética entre os dois governos, estabelecer pontes de diálogo e a reivindicação daquilo a que os madeirenses têm direito".
"Os madeirenses e porto-santenses não estão aqui a pedir nenhum favor" e "não estão para ser tratados como meninos da escola com lições de moral", afirmou, acrescentando que não é uma questão de estados de alma, é uma questão de repor a verdade".
E, insistiu, "a verdade é que aquilo que o primeiro-ministro disse no comício não corresponde à verdade".
Miguel Albuquerque assegurou ainda que o Governo da Madeira "vai continuar a reivindicar" a comparticipação de 50% do Estado na obra e equipamentos do novo hospital, porque se o primeiro-ministro o afirma "tem de por no papel"
"Acho que o primeiro-ministro está numa cruzada para tomar conta disto tudo. Está a tornar-se numa espécie de mescanização do país e acha que toda a gente tem de estar com reverências", sustentou.
Questionado sobre a questão do vulcão em Canárias, o presidente do Governo Regional informou que está "acompanhar em permanência" a situação, garantindo continuar "a não haver momento para pânicos ou para alarmismos", porque "ainda está por determinar" se as cinzas poderão atingir a Madeira.
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