Costa considera "fundamental" que autarcas não sejam "contra a UE"
O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu hoje, em Beja, que é "fundamental" que os próximos autarcas não sejam "contra a União Europeia" (UE), mas percebam que a UE é "o espaço de desenvolvimento do país".
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Política Beja
Falando num comício em Beja, município que, com a exceção do mandato entre 2009 e 2013 e o atual, foi sempre do PCP, António Costa aludiu, sem nunca nomear o partido, ao euroceticismo de alguns autarcas comunistas.
"É fundamental termos autarcas [...] que não sejam contra a União Europeia, mas sejam a favor da UE, e compreendam que é na UE que nós temos o nosso espaço de desenvolvimento e o nosso aliado para o nosso desenvolvimento", apontou António Costa.
Intervindo pouco depois de Paulo Arsénio -- atual presidente da Câmara de Beja que se candidata a um segundo mandato -- e ter caracterizado o PCP como o "principal opositor" do executivo municipal socialista de Beja, António Costa afirmou também que os autarcas devem compreender que é "fundamental para o seu território atrair empresas, apoiar as empresas", porque as "empresas criam emprego cada vez mais qualificado e de melhor qualidade".
Além disso, o secretário-geral do PS salientou a necessidade de os autarcas "fazerem pontes" e não serem "uma espécie de eucalipto que seca tudo à sua volta".
"[É preciso] fazer pontes com os concelhos vizinhos, com as empresas, com o instituto politécnico, com as universidades, com os centros de investigação, fazer pontes entre todos, porque é todos juntos que conseguimos fazer aquilo que é necessário: mais e melhor pelo desenvolvimento do Baixo Alentejo, de Beja, do nosso país", salientou.
Apelando assim à união do país, António Costa referiu que "não vale a pena alguém ter a ilusão de que o país no seu conjunto se desenvolve dividindo" e "competindo uns contra os outros", nomeadamente em termos de regiões geográficas.
"Não, nós só nos desenvolvemos [...] pela soma do desenvolvimento de todas as partes: desde a centralidade atlântica que os Açores e a Madeira nos proporcionam à centralidade continental que o interior nos proporciona, à força dinâmica das grandes urbes que puxam também pelo desenvolvimento do nosso país. E é neste conjunto e na diversidade das suas atividades que nós conseguiremos aquilo que temos que conseguir, um país mais próspero para todas as portuguesas e para todos os portugueses", referiu.
Saudando assim Paulo Arsénio -- que conquistou a câmara ao PCP em 2017 -- por ter colocado Beja "no caminho certo" e estar a "garantir o futuro", António Costa disse ser essa a razão pela o qual o PS "é o maior partido autárquico em todo o país" e "também no Alentejo".
"É também mesmo por isso que os outros em vez de dizerem o que é que querem fazer, só se limitam a criticar o PS por aquilo que nós nos propomos fazer", salientou.
António Costa referiu, assim, que o PS não está a concorrer às autárquicas de domingo para que, na noite das eleições, ponha uma "bandeirinha no mapa de Portugal a dizer 'Beja, câmara municipal do PS'.
"Não, nós estamos aqui porque, a partir da Câmara Municipal de Beja, como a partir de outros municípios e das freguesias, nós sabemos que podemos realizar o nosso serviço ao nosso país, às nossas terras, às populações e assim ajudar a desenvolver o nosso país. É por isso que aqui estamos e é para isso que temos que trabalhar", referiu.
Do seu lado, Paulo Arsénio foi mais direto nas críticas ao PCP, considerando que o partido encontra-se num "desnorte ideológico" em Beja.
"Para agradar a todos, para conseguir votos de todo o lado, promete-se tudo a todo, promete-se tudo e o seu contrário, critica-se e elogia-se ao mesmo tempo. [...] É de facto uma grande desorientação e é uma desorientação de quem sente que, no Alentejo, podem comprar muita coisa, mas há uma coisa que não compram: alma de um povo", frisou.
O atual executivo da Câmara de Beja, liderado por Paulo Arsénio, é formado por quatro eleitos do PS e três da CDU (PCP/PEV).
Nas autárquicas de domingo, além de Paulo Arsénio, concorrem à presidência da Câmara de Beja Nuno Palma Ferro (PSD/CDS-PP/PPM/Iniciativa Liberal/ Aliança, Vítor Picado (CDU), Gonçalo Monteiro (Bloco de Esquerda) e Pedro Pinto (Chega).
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