Manuela Ferreira Leite analisou, esta quinta-feira, na TVI24, no seu já habitual espaço de comentário semanal, o polémico recrutamento de 51 técnicos qualificados para o Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública (PlanAPP), que se encontra inativo.
Em comentário à notícia do jornal Expresso, a social-democrata admitiu ter tentado compreender todo o enredo por trás deste organismo público. Contudo, confessa que leu e releu o decreto que possibilitou a formação do PlanAPP, mas continua com dúvidas.
"Numa primeira leitura, e tendo consciência que tenho alguma experiência nisto, não percebi nada. Numa segunda leitura, comecei a perceber que aquilo não era para perceber. Portanto, alcançou o objetivo. Não era a minha ignorância, mas sim o objetivo do projeto", garantiu Ferreira Leite, mostrando-se preocupada com a questão do financiamento.
"Depois fui saber como isto se pagava. Então, uma parte é com o Orçamento do Estado, o que significa os nossos impostos, outra é venda de trabalhos e publicações, depois, esta sim preocupa muito, organização de ações de formação, o que significa que podem captar dinheiros europeus, e ainda quaisquer receitas que lhe sejam atribuídas”, explicou a antiga ministra das Finanças.
No fundo, conclui Ferreira Leite, este centro tem apenas um objetivo: "Dar emprego".
"Destina-se a dar emprego. Destina-se a colocar empregados na função pública para não os deixar. Como sabe o PS aí é, efetivamente, exímio: em não trair os seus colaboradores. Se não é um gabinete para os boys então tem de se dizer para que é que uma coisa destas, onde desde a geografia à engenharia qualquer pessoa lá pode entrar. Sendo assim abrange que tipo de tarefas?", remata Ferreira Leite.
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