Meteorologia

  • 18 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 16º MÁX 25º

"Muita gente ganha dinheiro para fechar os olhos ao trabalho forçado"

Catarina Martins abordou o problema da exploração e dos abusos dos trabalhadores imigrantes em Odemira. O Bloco de Esquerda quer que haja "fiscalização ativa" e que a lei seja melhorada para que os responsáveis não escapem impunes.

"Muita gente ganha dinheiro para fechar os olhos ao trabalho forçado"
Notícias ao Minuto

12:59 - 10/05/21 por Notícias ao Minuto

Política Catarina Martins

Catarina Martins esteve esta manhã em Odemira e falou sobre um dos temas que tem marcado a atualidade política e social em Portugal. A coordenadora do Bloco de Esquerda quer que a lei penalize “toda a cadeia” dos responsáveis pelo trabalho forçado e pelo abuso dos imigrantes.

“Queremos que, a partir de agora, quando uma situação de trabalho forçado e de ataque aos direitos humanos for detetada nessas explorações que responda, não só a empresa que trouxe esses trabalhadores, mas toda a cadeia, da exploração agrícola aos proprietários das terras. Porque muitas vezes as empresas que trazem os trabalhadores são empresas criadas na hora, daquelas que se vão embora e depois não há empresa para condenar e para responsabilizar”, vincou Catarina Martins.

“Queremos que toda a cadeia seja penalizada. Esta é a única forma de combater o que está acontecer”, frisou, acrescentando que “há muita gente a ganhar dinheiro em Portugal para fechar os olhos ao trabalho forçado e ao ataque aos direitos humanos”.

A líder do Bloco de Esquerda considera que considera que a responsabilidade por este problema é partilhada por muitas pessoas e entidades. 

"Os primeiros responsáveis são as empresas que trazem estas pessoas, as explorações agrícolas e os proprietários das terras. Em segundo lugar, há uma responsabilização das entidades públicas que não fiscalizam, e que devem fiscalizar, nem do ponto vista local nem do ponto vista nacional, e é absolutamente vergonhosos (...) Toda a gente sabe o que se passa e não são instaurados os devidos processos", assinalou. 

Por isso, o partido pede "fiscalização ativa", mas também quer "melhorar a lei, que já foi feita em 2016, aliás, precisamente pelo Bloco de Esquerda por causa deste problema, para garantir que há mais instrumentos para perseguir aqueles que vivem de abusar dos direitos humanos e dos direitos destes trabalhadores". 

Questionada sobre a atuação do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, neste caso e das críticas e pedidos de demissão provenientes da Direita, Catarina Martins não deixou de criticar o ministro, mas considerou que os partidos da Direita estão a tentar "desviar as atenções".

"Seguramente que o ministro da Administração Interna não esteve bem neste processo, como não esteve em muitos anteriores, mas à Direita é sempre preferível desviar as atenções do problema económico e de quem anda a lucrar milhões com estes abusos, milhões com o trabalho forçado e com os atentados aos direitos humanos", enfatizou. 

"O Bloco de Esquerda não deixará de contestar as ações do ministro, mas não deixará de pôr o dedo na ferida: há muita gente a ganhar dinheiro com este abuso, e é preciso que não fiquem impunes em Portugal", concluiu a coordenadora bloquista. 

[Notícia atualizada às 13h09]

Leia Também: Responsabilidade pela situação em Odemira "é do primeiro ministro"

Recomendados para si

;
Campo obrigatório